Celso Amorim discorda do teor da carta da Executiva do PT, que reconheceu a vitória de MaduroDivulgaÇÃO/PT
Publicado 07/08/2024 16:41
O assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, afirmou nesta quarta-feira, 7, que o grupo composto por Brasil, Colômbia e México ainda não conseguiu um diálogo com Nicolás Maduro, presidente considerado eleito pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão eleitoral da Venezuela. As declarações ocorreram em entrevista à GloboNews.
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Segundo Amorim, o presidente venezuelano, por enquanto, não havia entregado "nada" para os três países. "Nós não temos ainda um diálogo direto com ele, porque eu acho que as coisas evoluem rapidamente", afirmou Amorim, dizendo não ter entendido o "significado" das atas entregues pelo CNE ao Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) venezuelano na segunda-feira, 5.
A oposição ao regime de Maduro e países vizinhos vêm contestando a vitória do chefe do Palácio Miraflores. Para o assessor, se as atas da eleição presidencial venezuelana, ocorrida em 28 de julho, não forem apresentadas, "ai sim será condenável".
Enquanto isso, o ex-chanceler reiterou a necessidade de diálogo para a solucionar o impasse no país. Caso não ocorra uma resolução, ele teme que "possa haver um conflito muito grave" na Venezuela.
Carta do PT
Durante a entrevista, questionado sobre a carta da Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores, na qual o partido defendeu que Maduro era o presidente "reeleito", Amorim disse que ele "não pensa desse jeito".
"É normal saber que tem pessoas que pensam assim. É uma corrente política é importante no Brasil. Eu, pessoalmente, não penso daquela maneira exatamente", ponderou.
Para o assessor, o documento não gerou desgaste ao governo Lula. Ele afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "governa o País" e deve "levar em conta outros fatores além da opinião do próprio partido".
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