Manifestantes de oposição participam de ato contra os resultados apresentados pelo CNEAFP
Publicado 08/08/2024 07:56
Quatro jornalistas detidos durante os protestos após as eleições na Venezuela foram acusados de crimes de terrorismo, anunciou na quarta-feira (7) o Sindicato dos Trabalhadores da Imprensa (SNTP), que denunciou que as autoridades impedem o acesso de advogados de defesa particulares.
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"Denunciamos o uso ilegal e arbitrário das leis antiterrorismo na Venezuela, especialmente contra os jornalistas e repórteres fotográficos e cinematográficos detidos durante os protestos pós-eleitorais no país", afirmou o SNTP em um comunicado publicado nas redes sociais.
Os repórteres fotográficos Yousner Alvarado (Barinas, oeste) e Deisy Peña (Miranda, centro), o repórter cinematográfico Paúl León (Trujillo, oeste) e o jornalista José Gregorio Carnero (Guárico, centro) foram acusados por crimes de terrorismo e estão detidos em prisões de seus respectivos estados.
Todas as detenções aconteceram após as eleições de 28 de julho e no contexto das manifestações contra a reeleição do presidente Nicolás Maduro, indicou o SNTP.
A imprensa venezuelana afirma que os jornalistas estavam trabalhando no momento das detenções. "Em todos os casos, impediram a defesa privada", acrescentou o sindicato.
Horas depois da proclamação de Maduro como presidente reeleito em 28 de julho, com 52% dos votos, protestos começaram em toda Venezuela para denunciar o resultado.
As manifestações defenderam o voto no candidato de oposição Edmundo González Urrutia, representante da inabilitada María Corina Machado e principal rival de Maduro nas eleições, que denunciou uma fraude.
Os protestos terminaram em distúrbios que deixaram pelo menos 24 mortos, segundo organizações de defesa dos direitos humanos, e mais de 2.200 detidos, segundo Maduro.
Entre os detidos estão dirigentes da oposição, incluindo o jornalista Roland Carreño, integrante do partido Vontade Popular (VP).
O Ministério Público também informou que entre as acusações que os detidos enfrentam estão "incitação ao ódio" e "terrorismo", crime que pode resultar em uma sentença de 30 anos de prisão, a pena máxima na Venezuela.
As autoridades anunciaram uma investigação criminal contra Machado e González Urrutia por "incitação à insurreição", depois que eles pediram o apoio das Forças Armadas.
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