Mohammad Javad ZarifReprodução / Internet
Publicado 12/08/2024 10:51
Mohammad Javad Zarif, ex-chefe de diplomacia do Irã e arquiteto do acordo nuclear de 2015, renunciou às suas funções como vice-presidente para assuntos estratégicos, nesta segunda-feira (12), conforme anunciado na rede X.
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Zarif, que foi nomeado para o cargo no início de agosto pelo presidente reformista Masud Pezeshkian, disse que renunciou "para evitar qualquer suspeita (...) de prejudicar o trabalho do governo".
Próximo dos reformistas, mas sem rótulo político, Zarif foi chefe da diplomacia iraniana de 2013 a 2021, durante o governo do moderado Hasan Rohani. Ele foi um membro proeminente da campanha eleitoral de Pezeshkian e desempenhou um papel fundamental em sua vitória.
Após a sua eleição, Pezeshkian encarregou Zarif de formar uma comissão para propor candidatos para a formação do conselho de ministros.
Durante a campanha, Zarif prometeu aumentar a representação das mulheres, dos jovens e das minorias étnicas e religiosas, especialmente sunitas, no governo.
Pezeshkian submeteu a lista de membros do seu governo para aprovação no Parlamento no último domingo. Mas não incluiu mulheres, jovens ou membros de uma minoria.
"Lamento não ter conseguido implementar [...] o aviso dos especialistas da comissão e conseguir a inclusão de mulheres, jovens e grupos étnicos, o que prometi", lamentou Zarif.
O ex-chanceler revelou ainda que enfrentou pressões após a nomeação, já que seus filhos têm nacionalidade americana.
Uma lei iraniana promulgada em outubro de 2022 proíbe a nomeação daqueles que “eles próprios, os seus filhos ou o seu cônjuge tenham dupla nacionalidade” para empregos ou posições sensíveis.
Zarif foi o arquiteto do acordo nuclear concluído em 2015 entre Teerã e a comunidade internacional para reduzir as sanções contra a República Islâmica em troca da limitação do seu programa nuclear. O pacto estagnou completamente em 2018, quando o ex-presidente Donald Trump retirou os Estados Unidos e reinstaurou as sanções.
Durante a campanha, Pezeshkian defendeu um Irã mais aberto ao mundo para tirar o país do “isolamento” e prometeu relançar o acordo nuclear.
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