Publicado 20/08/2024 11:39
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, desembarcou nesta terça-feira (20) no Egito, onde prosseguirá os esforços para promover uma trégua entre Israel e o Hamas em Gaza, no mesmo dia em que o exército israelense anunciou que recuperou os corpos de seis reféns.
PublicidadeApós mais de 10 meses de guerra na Faixa de Gaza, desencadeada após um ataque letal do Hamas em território israelense em 7 de outubro, Israel e Hamas trocaram acusações sobre a responsabilidade pelo fracasso na última rodada de negociações indiretas para um cessar-fogo organizadas na semana passada em Doha.
A Defesa Civil de Gaza anunciou nesta terça-feira a morte de pelo menos sete palestinos em um bombardeio israelense contra uma escola que abriga deslocados na Cidade de Gaza, no norte do território. O Exército de Israel afirmou que efetuou um bombardeio "contra terroristas escondidos na escola".
Blinken, que está em sua nona viagem à região desde 7 de outubro, chegou nesta terça-feira à cidade egípcia de El Alamein, onde se reuniu com o presidente Abdel Fatah al Sisi, antes de viajar ao Catar.
Al Sisi pediu um "cessar-fogo em Gaza" e fez um alerta contra uma "expansão regional do conflito com consequências difíceis de imaginar", informou a presidência egípcia.
"Chegou o momento de acabar com a guerra, recorrer à sabedoria e defender a linguagem da paz e da diplomacia", afirmou Sisi em um comunicado divulgado após a reunião com Blinken. Todas as partes devem ter cuidado diante do "perigo de uma expansão regional", acrescentou.
Depois de várias reuniões na segunda-feira em Israel, o secretário de Estado afirmou que esta é "talvez a última oportunidade de levar para casa os reféns" sequestrados no ataque de 7 de outubro e "de obter um cessar-fogo".
Blinken disse que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, "confirmou que Israel aceita o plano do acordo" para uma trégua apresentado por Washington e pediu ao Hamas que faça o mesmo.
O presidente americano Joe Biden acusou o movimento palestino de "distanciar-se" das negociações, mas insistiu que um entendimento "ainda é possível".
O Hamas rebateu a acusação de Biden nesta terça-feira. "As declarações enganosas [...] não refletem a posição real do movimento, que deseja alcançar um acordo de cessar-fogo", afirma um comunicado.
A nota chama as palavras de Biden de "luz verde americana para que o governo extremista sionista cometa mais crimes contra civis indefesos".
Na sexta-feira, após dois dias de conversações indiretas em Doha entre os negociadores israelenses e os países mediadores - Estados Unidos, Catar e Egito -, Washington anunciou uma nova proposta de acordo, que foi rejeitada pelo Hamas.
O grupo palestino, que não participa nas negociações, acusou o governo dos Estados Unidos de incluir "novas condições" de Israel, principalmente a manutenção de suas tropas na fronteira de Gaza com o Egito e "um direito de veto" sobre os presos palestinos detidos em Israel que poderiam ser trocados pelos reféns.
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.