Publicado 30/08/2024 18:01
Os astronautas Butch Wilmore e Suni Williams, que estão presos na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) desde junho já foram incorporados ao grupo de cientistas que ocupa a ISS e compartilham tarefas de pesquisa e manutenção do laboratório espacial, parte da rotina dos profissionais no espaço.
PublicidadeA dupla se juntou aos sete astronautas da expedição de número 71 que estão na estação espacial desde abril desenvolvendo pesquisas sobre doenças neurodegenerativas e botânica espacial, entre outros. A previsão é de que este grupo retorne em setembro, segundo a Agência Espacial Americana, a Nasa.
Wilmore e Williams chegaram à ISS em 5 de junho em uma missão de apenas oito dias. O retorno teve de ser adiado devido a problemas técnicos apresentados pela espaçonave na qual viajaram, a Starliner, da Boeing.
A missão deles era justamente operar o primeiro voo tripulado da Starliner como pilotos de teste. Desde que o problema foi constatado, a Nasa vem estudando uma alternativa para trazer os astronautas de volta.
No sábado, 24, em anúncio oficial, a agência informou que eles voltarão à Terra somente em fevereiro do ano que vem, em uma espaçonave da SpaceX que viajará à ISS com dois lugares vazios. A Starliner, por sua vez, voltará sozinha à Terra em setembro.
Quando participam de qualquer missão espacial, mesmo as mais curtas, os astronautas estão cientes de que situações como essa podem ocorrer e estão preparados para isso tanto do ponto de vista físico, quanto do psicológico. Wilmore é um veterano que já esteve na estação espacial russa MIR, desorbitada em 2001, e depois em missão na própria ISS. Williams também já é uma veterana da ISS.
Por isso, informou a Nasa, rapidamente, Wilmore e Williams "mergulharam na vida da estação, vivendo e trabalhando em órbita baixa da Terra junto à tripulação da expecição 71".
Os dois são capitães aposentados da Marinha dos Estados Unidos e astronautas com longas passagens pela estação espacial. Entre as funções desempenhadas no laboratório orbital estão testar técnicas para beneficiar o crescimento de plantas no espaço e executar tarefas operacionais para manter o laboratório funcionando. No tempo livre, os astronautas gostam de tirar fotos do espaço.
Uma nave de suprimentos enviada pelos EUA chegou à estação no início de agosto, levando roupas extras para os astronautas e comida para toda a tripulação, atualmente de nove pessoas. Segundo a Nasa, a ISS tem capacidade para abrigar até 13 pessoas
Estadias prolongadas em gravidade zero podem provocar problemas de saúde, como fraqueza óssea e muscular, mas todos os astronautas são preparados para enfrentar tais situações.
A exposição à radiação a longo prazo também pode ter efeitos maléficos sobre o DNA humano. Por isso, as agências espaciais têm limites específicos para a quantidade de radiação a qual os astronautas podem ser expostos ao longo de suas carreiras. De qualquer forma, a estadia prolongada dos dois astronautas está longe de ser um recorde de permanência no espaço.
O recorde pertence ao cosmonauta russo Valeri Polyakov, que esteve a bordo da estação espacial russa MIR por 437 dias, entre 1994 e 1995. Entre os astronautas da Nasa, o recorde é de Frank Rubio, que passou 371 dias no espaço e retornou em setembro do ano passado.
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.