Publicado 01/09/2024 10:00
A prisão e acusação na França do fundador do Telegram, Pavel Durov, revelou as conexões internacionais deste homem de 39 anos, com pelo menos dois nomes e quatro passaportes.
Nascido em Leningrado, hoje São Petersburgo, em 1984, no seio de uma família de professores universitários, Pavel Durov passou a infância na Itália, até a sua família retornar à Rússia após a queda da União Soviética. Atualmente, ele mantém a nacionalidade russa.
No seu país de origem, criou a rede VKontakte em 2006, que foi forçado a entregar a um empresário próximo do presidente Vladimir Putin, razão pela qual deixou a Rússia em abril de 2014.
As autoridades russas consideram-no um dissidente e tentaram várias vezes, em vão, bloquear o seu serviço de mensagens Telegram.
Obteve então outras nacionalidades, como a da ilha caribenha de São Cristóvão e Nevis, que detém desde 2014, segundo o jornal Izvestia, ou a dos Emirados Árabes Unidos, concedida em fevereiro de 2021, segundo a revista Forbes Rússia.
A sua empresa, o Telegram, tem sede no Dubai, local que considera "formidável" pela sua "neutralidade" e ambiente favorável aos negócios.
"Primeiro fomos a Berlim... Experimentamos em Londres, Singapura, San Francisco", explicou em uma rara entrevista em abril ao jornalista americano ultraconservador Tucker Carlson. "Os obstáculos burocráticos eram muito difíceis de superar".
Aprender francês
PublicidadeNascido em Leningrado, hoje São Petersburgo, em 1984, no seio de uma família de professores universitários, Pavel Durov passou a infância na Itália, até a sua família retornar à Rússia após a queda da União Soviética. Atualmente, ele mantém a nacionalidade russa.
No seu país de origem, criou a rede VKontakte em 2006, que foi forçado a entregar a um empresário próximo do presidente Vladimir Putin, razão pela qual deixou a Rússia em abril de 2014.
As autoridades russas consideram-no um dissidente e tentaram várias vezes, em vão, bloquear o seu serviço de mensagens Telegram.
Obteve então outras nacionalidades, como a da ilha caribenha de São Cristóvão e Nevis, que detém desde 2014, segundo o jornal Izvestia, ou a dos Emirados Árabes Unidos, concedida em fevereiro de 2021, segundo a revista Forbes Rússia.
A sua empresa, o Telegram, tem sede no Dubai, local que considera "formidável" pela sua "neutralidade" e ambiente favorável aos negócios.
"Primeiro fomos a Berlim... Experimentamos em Londres, Singapura, San Francisco", explicou em uma rara entrevista em abril ao jornalista americano ultraconservador Tucker Carlson. "Os obstáculos burocráticos eram muito difíceis de superar".
Aprender francês
À sua lista de nacionalidades, Durov acrescentou o passaporte francês em agosto de 2021. A sua detenção no sábado em um aeroporto ao norte de Paris causou surpresa, apesar de, segundo uma fonte próxima do caso, tanto ele como o seu irmão Nicolai - cofundador do Telegram - terem sido alvo de mandados de busca emitidos pela Justiça francesa no âmbito de uma investigação preliminar.
Segundo o jornal Le Monde, Durov reuniu-se várias vezes com o presidente Emmanuel Macron antes de obter a nacionalidade francesa, que lhe foi concedida graças a um procedimento que o presidente francês assumiu "totalmente" na quinta-feira quando questionado em coletiva de imprensa.
Esta decisão "foi tomada em uma estratégia totalmente assumida de permitir que mulheres e homens - sejam artistas, atletas, empresários, que se esforçam para aprender francês e desenvolver a riqueza e a inovação que brilha em todo o mundo - obtenham a nacionalidade francesa quando pedem por isso", disse Macron.
Durov "fez um esforço para aprender francês", sublinhou o chefe de Estado. No entanto, segundo fonte próxima do caso, na quarta-feira, durante o interrogatório perante o juiz de instrução, o empresário falou em inglês.
Durov, Dourov ou Du Rove?
Segundo o jornal Le Monde, Durov reuniu-se várias vezes com o presidente Emmanuel Macron antes de obter a nacionalidade francesa, que lhe foi concedida graças a um procedimento que o presidente francês assumiu "totalmente" na quinta-feira quando questionado em coletiva de imprensa.
Esta decisão "foi tomada em uma estratégia totalmente assumida de permitir que mulheres e homens - sejam artistas, atletas, empresários, que se esforçam para aprender francês e desenvolver a riqueza e a inovação que brilha em todo o mundo - obtenham a nacionalidade francesa quando pedem por isso", disse Macron.
Durov "fez um esforço para aprender francês", sublinhou o chefe de Estado. No entanto, segundo fonte próxima do caso, na quarta-feira, durante o interrogatório perante o juiz de instrução, o empresário falou em inglês.
Durov, Dourov ou Du Rove?
O nome francês do bilionário também levanta dúvidas. De acordo com a transcrição francesa usual, seu nome deveria ser escrito "Pavel Dourov". Mas em seu estado civil francês, nem "Durov", nem "Dourov": o fundador e CEO do famoso aplicativo de mensagens aparece como "Paul du Rove".
A mudança foi realizada por meio de um decreto de maio de 2022 para afrancesar seu nome e o de outras cem pessoas anônimas que realizaram o mesmo procedimento.
Seu canal Telegram, com 11,5 milhões de assinantes, é chamado de "Canal Du Rove". Mas a conta dele no aplicativo é @durov.
Conforme explicou no ano passado, a mudança aconteceu por causa de uma "brincadeira" de seu assistente, que o levou a preencher o formulário para "afrancesar" o nome.
"Embora rapidamente nos tenhamos esquecido de ter feito este pedido, eles aprovaram-no e deram-me um novo passaporte" com o novo nome, acrescentou.
Brincando, ele acrescentou: "Estou aliviado que a criatividade do meu assistente não tenha chegado ao meu passaporte dos Emirados. Caso contrário, vocês leriam esta mensagem no 'Al Dur's Channel'".
A mudança foi realizada por meio de um decreto de maio de 2022 para afrancesar seu nome e o de outras cem pessoas anônimas que realizaram o mesmo procedimento.
Seu canal Telegram, com 11,5 milhões de assinantes, é chamado de "Canal Du Rove". Mas a conta dele no aplicativo é @durov.
Conforme explicou no ano passado, a mudança aconteceu por causa de uma "brincadeira" de seu assistente, que o levou a preencher o formulário para "afrancesar" o nome.
"Embora rapidamente nos tenhamos esquecido de ter feito este pedido, eles aprovaram-no e deram-me um novo passaporte" com o novo nome, acrescentou.
Brincando, ele acrescentou: "Estou aliviado que a criatividade do meu assistente não tenha chegado ao meu passaporte dos Emirados. Caso contrário, vocês leriam esta mensagem no 'Al Dur's Channel'".
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