Publicado 07/09/2024 13:23
O papa Francisco pediu neste sábado (7) uma exploração justa dos recursos naturais para promover "o bem-estar de todos", durante sua visita a Papua-Nova Guiné, país pobre da Oceania, mas com grandes reservas minerais.
As vastas reservas de ouro, cobre, níquel, gás natural e madeira do país de 12 milhões de habitantes, que fica ao norte da Austrália, atraíram investimentos de grandes multinacionais.
O cenário, no entanto, não beneficiou necessariamente a população, onde quase 25% das pessoas vivem abaixo da linha da pobreza e apenas 10% das residências têm fornecimento de energia elétrica.
"Seu país, além de suas ilhas e línguas, também é rico em recursos da terra e das águas. Esses bens são destinados por Deus a toda a coletividade", disse o pontífice argentino em seu primeiro discurso na capital Port Moresby.
Essa riqueza "compromete todos, governantes e cidadãos juntos, a promover todas as iniciativas adequadas para valorizar os recursos naturais e humanos, de forma que se possa gerar um desenvolvimento sustentável e equitativo, que promova o bem-estar de todos", continuou para uma plateia formada por políticos, diplomatas e empresários.
O pontífice argentino de 87 anos está uma viagem de 12 dias pelo sudeste da Ásia e a Oceania, a mais longa e distante de seu papado, para promover o diálogo inter-religioso e levar sua mensagem às "periferias".
Depois de passar pela Indonésia, Jorge Bergoglio desembarcou na sexta-feira em Port Moresby, capital de um dos Estados mais pobres e instáveis do Pacífico, apesar de seus abundantes recursos naturais.
O papa reconheceu que para a exploração desses recursos pode ser "necessário recorrer a competências mais amplas e grandes empresas internacionais".
Mas "é justo que se leve devidamente em consideração, na distribuição dos lucros e na utilização da mão de obra, as necessidades das populações locais, de modo a promover uma melhoria efetiva em suas condições de vida", acrescentou.
No caso de Papua-Nova Guiné, no entanto, os estudos econômicos apontam para o contrário.
Um relatório recente do Banco Mundial mostrou que, entre 2009 e 2018, o Produto Interno Bruto per capita de Papua-Nova Guiné aumentou em mais de um terço, mas o percentual de pessoas vivendo com menos de dois dólares por dia permaneceu igual.
"A pobreza mal mudou durante esse tempo", afirmam os autores.
'Espiral de violência'
PublicidadeAs vastas reservas de ouro, cobre, níquel, gás natural e madeira do país de 12 milhões de habitantes, que fica ao norte da Austrália, atraíram investimentos de grandes multinacionais.
O cenário, no entanto, não beneficiou necessariamente a população, onde quase 25% das pessoas vivem abaixo da linha da pobreza e apenas 10% das residências têm fornecimento de energia elétrica.
"Seu país, além de suas ilhas e línguas, também é rico em recursos da terra e das águas. Esses bens são destinados por Deus a toda a coletividade", disse o pontífice argentino em seu primeiro discurso na capital Port Moresby.
Essa riqueza "compromete todos, governantes e cidadãos juntos, a promover todas as iniciativas adequadas para valorizar os recursos naturais e humanos, de forma que se possa gerar um desenvolvimento sustentável e equitativo, que promova o bem-estar de todos", continuou para uma plateia formada por políticos, diplomatas e empresários.
O pontífice argentino de 87 anos está uma viagem de 12 dias pelo sudeste da Ásia e a Oceania, a mais longa e distante de seu papado, para promover o diálogo inter-religioso e levar sua mensagem às "periferias".
Depois de passar pela Indonésia, Jorge Bergoglio desembarcou na sexta-feira em Port Moresby, capital de um dos Estados mais pobres e instáveis do Pacífico, apesar de seus abundantes recursos naturais.
O papa reconheceu que para a exploração desses recursos pode ser "necessário recorrer a competências mais amplas e grandes empresas internacionais".
Mas "é justo que se leve devidamente em consideração, na distribuição dos lucros e na utilização da mão de obra, as necessidades das populações locais, de modo a promover uma melhoria efetiva em suas condições de vida", acrescentou.
No caso de Papua-Nova Guiné, no entanto, os estudos econômicos apontam para o contrário.
Um relatório recente do Banco Mundial mostrou que, entre 2009 e 2018, o Produto Interno Bruto per capita de Papua-Nova Guiné aumentou em mais de um terço, mas o percentual de pessoas vivendo com menos de dois dólares por dia permaneceu igual.
"A pobreza mal mudou durante esse tempo", afirmam os autores.
'Espiral de violência'
O jesuíta argentino é o segundo pontífice a visitar o país, depois de João Paulo II, que viajou ao país em duas ocasiões, em 1984 e 1995.
O cristianismo é a fé majoritária entre os 12 milhões de habitantes, com 98% de fiéis, mas frequentemente misturada com vários ritos indígenas. A maioria dos cristãos se declara protestante, com 25% de católicos.
O país multiétnico, com mais de 800 línguas nativas, é cenário frequente de atos de violências tribais. Em janeiro, protestos contra os cortes de salários determinados pelo governo provocaram distúrbios fatais.
Francisco abordou o tema em seu discurso. "Faço votos, em particular, pelo fim das agressões tribais (...). Apelo ao senso de responsabilidade de todos para que a espiral de violência seja interrompida".
O país tem poucas estimativas confiáveis sobre o número de mortes em décadas de violência, mas as agências da ONU calculam que deixaram quase 100 mil pessoas deslocadas.
No domingo, o papa viajará a uma área remota do noroeste da ilha, um pequeno município de 10 mil habitantes onde vive uma pequena comunidade de missionários argentinos.
Na segunda-feira, o pontífice deixará Papua-Nova Guiné e seguirá para o Timor Leste, onde permanecerá de 9 a 11 de setembro. A viagem terminará em Singapura no dia 13 de setembro.
O cristianismo é a fé majoritária entre os 12 milhões de habitantes, com 98% de fiéis, mas frequentemente misturada com vários ritos indígenas. A maioria dos cristãos se declara protestante, com 25% de católicos.
O país multiétnico, com mais de 800 línguas nativas, é cenário frequente de atos de violências tribais. Em janeiro, protestos contra os cortes de salários determinados pelo governo provocaram distúrbios fatais.
Francisco abordou o tema em seu discurso. "Faço votos, em particular, pelo fim das agressões tribais (...). Apelo ao senso de responsabilidade de todos para que a espiral de violência seja interrompida".
O país tem poucas estimativas confiáveis sobre o número de mortes em décadas de violência, mas as agências da ONU calculam que deixaram quase 100 mil pessoas deslocadas.
No domingo, o papa viajará a uma área remota do noroeste da ilha, um pequeno município de 10 mil habitantes onde vive uma pequena comunidade de missionários argentinos.
Na segunda-feira, o pontífice deixará Papua-Nova Guiné e seguirá para o Timor Leste, onde permanecerá de 9 a 11 de setembro. A viagem terminará em Singapura no dia 13 de setembro.
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