Presidente da Argélia, Abdelmadjid TebbouneAFP
Publicado 08/09/2024 14:23 | Atualizado 08/09/2024 15:11
O presidente da Argélia, Abdelmadjid Tebboune, foi reeleito com 94,65% dos votos nas eleições em que era o grande favorito, anunciou a autoridade eleitoral neste domingo.
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Mais de 5,3 milhões de pessoas votaram em Tebboune, o que representa 94,65% dos votos, anunciou presidente da Autoridade Eleitoral (Anie), Mohamed Charfi.
A incógnita a respeito da taxa de participação foi a grande protagonista das eleições de sábado, nas quais Tebboune era o grande favorito, mas com o desafio de lutar contra o índice elevado de abstenção que marcou a votação de 2019.
A Anie não divulgou novos números da participação ao anunciar os resultados, depois de informar no sábado, no fim do horário de votação, que a "taxa média de participação" era 48,03% às 20H00", sem informar o número exato de eleitores.
Em dezembro de 2019, Tebboune foi eleito com 58% dos votos, em uma eleição com comparecimento de apenas 39,83% (60% de abstenção), marcada pelo boicote no auge do movimento de protesto conhecido como 'Hirak', que defendia uma mudança de sistema.
O presidente enfrentou dois candidatos na eleição de sábado: Abdelaali Hassani, um engenheiro de 57 anos e líder do Movimento Sociedade pela Paz (MSP, principal partido islamista) e Youcef Aouchiche, 41 anos, ex-jornalista e senador, que lidera a Frente das Forças Socialistas (FFS, o partido de oposição mais antigo).
- Denúncias de irregularidades -
A equipe de campanha de Hassani, um islamista moderado, denunciou neste domingo “violações” nas eleições, com “pressão sobre alguns gerentes de seções eleitorais para inflar os resultados”.
Por sua vez, o MSP descreveu a “taxa média de participação” anunciada pela autoridade eleitoral como "estranha".
Os rivais de Tebboune pediram o fim do boicote que marcou as eleições anteriores. Mais de 24 milhões de argelinos estavam registrados para comparecer às urnas.
Tebboune tem o apoio de quatro grandes legendas, incluindo aquele que já foi o partido único, a Frente de Libertação Nacional (FLN), e o movimento islamista El Bina.
Os três candidatos concentraram seus discursos de campanha em questões socioeconômicas, com promessas para melhorar o poder aquisitivo e recuperar a economia, para torná-la menos dependente dos hidrocarbonetos (responsáveis por 95% das receitas em moeda estrangeira).
Em relação à política externa, todos os três candidatos reiteraram seu apoio às causas da Palestina e do Saara Ocidental.
Historicamente, a Argélia tem apoiado a Frente Polisário, que defende a independência do saaraui em relação ao Marrocos, que controla a maior parte do território há quase cinco décadas.
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