Malala e Sue Kim posam para a AFP no Festival Internacional de Cinema de Toronto VALERIE MACON/AFP
Publicado 09/09/2024 20:46
A paquistanesa Malala Yousafzai apresentou seu primeiro documentário em parceria com a Apple TV+ no Festival Internacional de Cinema de Toronto no domingo (8). O longa "As Últimas Mulheres do Mar" conta a história das haenyeo, um grupo de avós conhecidas como as “sereias da vida real”, que são mergulhadoras da ilha de Jeju, na Coreia do Sul.
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Essas mulheres, muitas com idades entre 60 e 80 anos, são conhecidas por mergulharem sem o auxílio de oxigênio para colher mariscos e outros frutos do mar. Elas utilizam apenas trajes de mergulho, máscaras, nadadeiras, cestas e anzóis.

A tradição das haenyeo é um patrimônio cultural imaterial da UNESCO desde 2016. Mas, elas enfrentam desafios significativos, como a poluição marinha e a necessidade de preservar suas práticas tradicionais em um mundo em rápida mudança. 
"Eu estava procurando histórias de mulheres... Queria histórias de sua resiliência. E quando ouvi falar deste projeto da (diretora) Sue, pensei: 'Isso é exatamente o que estou procurando'", disse Malala à AFP em uma entrevista junto com a diretora coreana-americana Sue Kim.

"Quando vejo as histórias das haenyeo, isso me inspira sobre as possibilidades e capacidades que as mulheres têm em seus corpos e mentes", continuou a ativista.
Mulheres impressionantes
Na década de 1960, 30 mil mulheres haenyeo extraíam do mar desde caracóis até polvos para sustentar suas famílias. Hoje, esse número foi reduzido para quatro mil.

O filme mostra as mulheres falando sobre seu trabalho difícil, que envolve segurar a respiração embaixo d'água por até dois minutos, e inclui belas imagens subaquáticas delas em plena atividade.

Além disso, explora como elas tentam reviver sua cultura por meio de treinamentos e promoção de seu trabalho nas redes sociais, e como trabalham juntas para evitar a sobrepesca.

"Eu as conheci quando era criança e fiquei muito impressionada, porque elas são muito confiantes e audaciosas", explicou à AFP Kim, que faz sua estreia na direção de um longa-metragem.

"Elas são impressionantes. São fisicamente ágeis, habilidosas e fortes, e defendem o meio ambiente e se preocupam com a próxima geração", acrescentou.

Malala sobreviveu em 2012, quando era adolescente, a uma tentativa de assassinato por parte dos talibãs devido à sua campanha em favor dos direitos educacionais das meninas. Em 2014, aos 17 anos, foi ganhou o Prêmio Nobel da Paz.
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