Frases como "Lula, interceda pela Venezuela" e "Libertem todos os presos políticos" foram exibidas em cartazesJuan Barreto/ AFP
Publicado 11/09/2024 16:44
Opositores do governo venezuelano fizeram uma manifestação nesta quarta-feira (11) em frente à embaixada do Brasil em Caracas. Eles protestaram para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atue na libertação dos 2.500 presos políticos na Venezuela. 
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O número inclui as mais de duas mil pessoas detidas durantes as manifestações contra a reeleição de Nicolás Maduro no dia 28 de julho. Eles denunciam que houve fraude no período eleitoral, reivindicando a vitória de Edmundo González Urrutia, atualmente exilado na Espanha. Maduro foi declarado vitorioso para o terceiro mandato consecutivo de seis anos (2025-2031) pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), acusado de servir ao governo.
O protesto iniciado por ativistas dos direitos humanos chegou à sede diplomática para entregar uma carta dirigida à Lula, que lidera, ao lado do presidente colombiano, Gustavo Petro, os esforços para uma saída pacífica da crise após as eleições venezuelanas. 
"Deixamos claras as condições que nossos familiares enfrentam hoje na Venezuela, em que todos os direitos humanos são violados", declarou Diego Casanova, familiar de um dos presos nos protestos de julho. "Todos são prisioneiros de consciência, nenhum deles cometeu nenhum crime", acrescentou.
Quando o resultado eleitoral foi anunciado, milhares de pessoas protestaram em todo o país, incluindo setores populares tradicionalmente apoiadores do chavismo, e foram dispersadas com gás lacrimogêneo e balas de borracha. Cerca de 2.400 manifestantes foram presos, incluindo menores.
Lula, que classificou o governo de Maduro como um "regime muito desagradável" com "viés autoritário", não reconheceu sua vitória mediante a falta de um "escrutínio transparente", assim como outros países da América Latina, Estados Unidos e União Europeia.
"O presidente Lula da Silva sabe o que é estar preso", disse à AFP uma das organizadoras do ato, Andreína Baduel. Ele foi preso duas vezes: uma em 1980, quando era sindicalista na Ditadura Militar; outra em 2018 por acusações de corrupção. 
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