Publicado 19/09/2024 17:27
O primeiro-ministro conservador da França, Michel Barnier, propôs, nesta quinta-feira (19), a lista de seus ministros ao presidente Emmanuel Macron, que lhe confiou um “governo de unidade” para tentar obter uma maioria estável no Parlamento.
PublicidadeBarnier, que se reuniu previamente com seus futuros aliados de centro e direita, apresentou a Macron "um governo pronto para agir a serviço dos franceses", anunciou seu gabinete.
Na França, onde o presidente compartilha o poder Executivo com o governo, cabe ao presidente nomear "a proposta do primeiro-ministro" aos membros do gabinete. Segundo a pasta de Barnier, a nomeação oficial ocorrerá "antes de domingo", depois da verificação das incompatibilidades.
Embora a coalizão de esquerda Nova Frente Popular (NFP) tenha vencido as eleições legislativas antecipadas em junho sem maioria, Macron nomeou Barnier como primeiro-ministro em 5 de setembro, ao entender que tinha mais opções para superar uma moção de censura.
Após a recusa da NFP em apoiá-lo, Barnier tentou formar um governo com a aliança de centro-direita de Macron e seu conservador Partido Republicano (LR).
A sobrevivência do novo governo depende de que a extrema direita não apoie uma possível moção de censura.
Gabriel Attal, ex-primeiro-ministro 'macronista', informou a seus deputados que o governo de Barnier teria 16 ministros principais, dez deles da aliança do presidente, três do LR e um da esquerda não-NFP, de acordo com um resumo da reunião.
Entre os nomes propostos por Barnier, o atual ministro da Defesa, o centro-direitista Sébastien Lecornu, permaneceria no cargo, e o centrista Jean-Noël Barrot deixaria a Secretaria de Estado para Europa para assumir o Ministério das Relações Exteriores, segundo várias fontes.
O LR, um partido que já foi governante e que atualmente está em declínio, obteria o cobiçado Ministério do Interior para o seu líder no Senado, Bruno Retailleau, um defensor de uma linha dura na questão migratória, segundo fontes do partido.
As negociações são marcadas pela tensão nesta reta final, entre outros motivos, pela distribuição dos cargos entre os partidos, sobretudo porque a aliança de Macron têm 166 dos 577 deputados, enquanto o LR reúne apenas 47.
Os 'macronistas' também fariam oposição a um aumento de impostos para aliviar “a situação fiscal muito grave”, nas palavras de Barnier, na França, cujo déficit público e dívida excedem os limites estabelecidos pelas regras da União Europeia.
Em seu comunicado, o chefe de governo indicou que seus objetivos incluem “garantir a segurança, controlar a imigração”, “controlar as finanças públicas e reduzir a dívida ecológica”, além de “melhorar a vida dos franceses”.
Barnier indicou, durante a reunião, que não estava considerando um “aumento de impostos sobre a classe média e os trabalhadores franceses”, esclareceu Attal aos seus deputados.
O tempo está se esgotando. O governo já está atrasado na apresentação de seu projeto de orçamento para 2025 ao Parlamento, um momento fundamental para confirmar se tem o apoio necessário entre os parlamentares para poder governar.
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