Sean 'Diddy' Combs discursa durante o Oscar 2022 em Hollywood, Los AngelesRobyn Beck / AFP
Publicado 24/09/2024 09:21
O magnata do rap Sean "Diddy" Combs, de 54 anos, foi preso acusado de dirigir uma empresa que coordenava eventos descritos como "performances sexuais elaboradas e produzidas" em quartos de hotéis de luxo. Eles envolviam sexo coagido, violência e uso de drogas, podendo durar dias, deixando os participantes tão exaustos que precisavam utilizar fluídos intravenosos para se recuperar. As informações são do jornal americano "The New York Times".
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Os envolvidos nesses eventos os conheciam como "freak-offs". Eles foram detalhados pelo governo como verdadeiros "shows de horror". Segundo as denúncias, Combs escalava pessoas com a função de gravar vídeos dos encontros e usava o material para chantagear os integrantes e os impedir de reclamar. As maratonas sexuais contavam com equipes de limpeza para encobrir os danos nas suítes, espalhadas por todo os Estados Unidos.
Sean "Diddy" foi preso na última segunda-feira (16). A acusação criminal federal de 14 páginas mencionou outros crimes, como sequestro, incêndio criminoso e obstrução da justiça, mas os "freak-offs" constituem o "núcleo" do caso e são "inerentemente perigosos", afirmou Emily A. Johnson, uma das promotoras, em audiência na semana passada.
Revelações feitas pela ex-namorada de Combs, a cantora Cassandra Ventura, mais conhecida como Cassie, foram determinantes para o processo. Ela o acusou de dirigir os encontros nos hotéis de luxo e lembrou de ter sido orientada por ele a derramar grandes quantidades de óleo sobre si mesma, além de determinar em quais partes dos prostitutos presentes ela deveria tocar. Enquanto isso, segundo a denúncia, "Diddy" gravava a cena enquanto se masturbava.
"Ele tratava o encontro forçado como um projeto artístico pessoal, ajustando as velas que usava para iluminar os vídeos que gravava", afirmou Cassie.
Conforme a reportagem, Sean se declarou inocente. Seus advogados afirmaram que os encontros eram consensuais e não envolviam força, fraude ou coerção. Um deles, Marc Agnifilo, disse que entrevistou homens descritos como trabalhadores sexuais nos "freak-offs" e não encontrou indícios de haver situações forçadas.
"Alguém estava bêbado demais? Alguém estava drogado demais? Alguém expressou hesitação? Havia o menor indício de que, possivelmente, a mulher não estivesse consentindo?", disse. Todas as respostas foram "não", segundo Agnifilo.
Ainda assim, Emily A. Johnson expressou confiança. Ela relatou que o governo possui uma "grande quantidade" de evidências, incluindo fotos, vídeos, mensagens de texto e testemunhas, que declararam presenciar violência "durante e em conexão" com os freak-offs, versão negada pela defesa de Combs. Um júri em Manhattan, Nova Iorque, deve analisar o caso em alguns meses. Até lá, "Diddy" provavelmente ficará em uma prisão federal no Brooklyn.
Sobre o rapper
Sean "Diddy" Combs, também conhecido como "Puff Daddy" ou "P. Diddy", nasceu em 4 de novembro de 1969 em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Além de compor músicas, ele é considerado um dos maiores empresários da história do rap e essencial para a formação das carreiras de astros como The Notorious B.I.G. (1972-1997) e Usher.
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