Kamala visitou a fronteira entre EUA e MéxicoRebecca Noble/AFP
Publicado 28/09/2024 09:41
Em sua primeira viagem de campanha à fronteira com o México, Kamala Harris prometeu que trabalhará com republicanos e independentes para garantir a segurança no local, assim como uma reforma do sistema migratório americano, caso seja eleita presidente.

A vice-presidente americana, candidata pelo Partido Democrata, visitou nesta sexta-feira (27) a comunidade de Douglas, no Arizona, para falar sobre imigração, tema em que os eleitores favorecem seu adversário, o republicano Donald Trump, segundo pesquisas.

"Temos o dever de criar as regras em nossa fronteira e fazer com que elas sejam cumpridas. Também somos uma nação de imigrantes", ressaltou a candidata, em uma tentativa de ampliar sua base eleitoral.

"Recuso a ideia falsa que sugere que precisamos escolher entre proteger a nossa fronteira e criar um sistema de imigração seguro, ordenado e humano. Podemos e precisamos ter ambos", disse a democrata, que prometeu sanções mais duras para aqueles que cruzarem a fronteira ilegalmente, e uma alternativa legal para garantir a cidadania aos imigrantes que vivem há anos nos Estados Unidos em situação irregular.

'Inaceitável'
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Antes de discursar em uma escola de Douglas, Kamala fez uma visita improvisada à cerca instalada ao longo de boa parte dos mais de 3.000 km de fronteira com o México.

Aos pés dessa obra imponente, que Trump tornou um símbolo de sua campanha, Kamala conversou com oficiais da patrulha fronteiriça, um grupo considerado mais favorável à visão republicana. "Os oficiais da fronteira não têm recursos suficientes, isso é inaceitável", criticou a democrata, que prometeu combater o tráfico de fentanil.

Trump concentrou sua campanha em uma plataforma anti-imigração, promovendo uma retórica negativa sobre os imigrantes, que acusa de "envenenarem o sangue" dos Estados Unidos. Ele "agravou os desafios na fronteira e continua aumentando as chamas do medo e a divisão", criticou Kamala.

O deputado republicano Tony Gonzales divulgou hoje números do Departamento de Segurança Nacional segundo os quais existem atualmente no país 425 mil estrangeiros sem cidadania americana e com antecedentes criminais, incluindo 13 mil condenados por homicídio.

Trump afirmou, erroneamente, que se tratariam de imigrantes que cruzaram a fronteira nos últimos três anos, durante o governo de Biden e Kamala. "Estão andando por nossas ruas", disse o republicano, durante um ato de campanha no Michigan.

As estatísticas, no entanto, não detalham desde quando essas pessoas estão nos Estados Unidos. Segundo especialistas, poderiam se tratar de décadas. "São pessoas que, principalmente, já foram acusadas e condenadas e cumpriram sua pena", disse à AFP Aaron Reichlin-Melnick, do Conselho de Imigração Americano.

Segundo Melnick, durante a presidência de Trump havia milhões de imigrantes sem cidadania vivendo nos Estados Unidos, entre eles milhares com antecedentes criminais. "O único motivo pelo qual eles não podem ser deportados é por problemas diplomáticos com seus países de origem, mas isso não tem nada a ver com as políticas do governo americano ou com suas práticas".
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