Sean 'Diddy' Combs é acusado de crimes como tráfico sexual AFP
Publicado 01/10/2024 18:31
Mais de 100 pessoas planejam apresentar novas ações judiciais contra o rapper americano Sean "Diddy" Combs por abuso sexual e exploração, inclusive de menores, afirmou nesta terça-feira (1º) Tony Buzbee, o advogado responsável pelos processos.

"Este é um assunto importante", disse Buzbee em uma coletiva de imprensa. "Não deixaremos pedra sobre pedra até encontrar todas as partes potencialmente responsáveis", acrescentou.

O anúncio dessas novas ações judiciais é o episódio mais recente do drama legal que envolve o rapper de 54 anos, que foi preso em 16 de setembro sob acusações de tráfico sexual, associação criminosa e transporte para fins de prostituição.

Combs, a quem foi negada a liberdade sob fiança, aguarda na prisão o julgamento por essas acusações na esfera federal.

Os promotores americanos o apontam como o chefe de uma organização criminosa que obrigava mulheres a ter relações sexuais sob ameaça de violência, insegurança econômica ou de arruinar sua reputação. O músico declarou-se inocente.

Buzbee afirmou que seu escritório de advocacia, com sede no Texas, e outra firma legal, o AVA Law Group, representam um total de 120 pessoas, das quais 25 eram menores de idade durante os supostos incidentes.

'Modus operandi'
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Os casos vêm de diferentes estados, segundo o advogado, e vários deles relatam agressões durante festas promovidas por Combs, nas quais as pessoas eram obrigadas a beber para permanecer no local.

"Diria que em 90% dos casos, esses indivíduos foram drogados com algum tipo de substância, era um tipo de modus operandi", explicou.

Outros se referem a abusos cometidos sob a promessa de um contrato ou de um atalho para a fama.

Sem citar os nomes das supostas vítimas, Buzbee listou casos como o de um menino de nove anos que participou de um teste no estúdio de Combs, Bad Boy Records, em Nova York.

"Todos estavam tentando conseguir um contrato. Todos eram menores de idade. Esse indivíduo foi supostamente abusado sexualmente por Sean Combs e outras pessoas no estúdio, sob a promessa feita a seus pais e a ele de que conseguiria um acordo para gravar", contou Buzbee.

Outras denúncias em análise
Os advogados divulgaram uma linha telefônica para receber denúncias e, em dez dias, mais de 3.000 pessoas entraram em contato, informou Buzbee.

"Após investigar, estamos representando 120 pessoas", comentou.

Os advogados estão analisando outras 100 denúncias, acrescentou Andrew Van Arsdale, do AVA Law Group.

Também conhecido como Puff Daddy ou P. Diddy, Combs chegou ao topo da cena do hip-hop nos Estados Unidos nos anos 1990.

Nascido no Harlem, em Nova York, fundou em 1993 o estúdio Bad Boy Entertainment, que se tornaria uma das gravadoras de hip-hop e R&B mais bem-sucedidas da época.

Várias acusações em tribunais civis começaram a surgir contra Combs desde o ano passado, quando a cantora Cassie (Cassandra Ventura), que manteve um relacionamento romântico com o músico, disse que ele a submeteu a mais de uma década de abusos sob violência física e drogas.

Em maio, veio à tona um vídeo de uma câmera de segurança de um hotel no qual Combs é visto agredindo fisicamente Cassie, corroborando suas acusações.

As partes chegaram a um acordo judicial, mas novas acusações semelhantes surgiram posteriormente.

Após sua prisão, afirmou Buzbee, "as comportas se abriram, e pessoas que, de outra forma e por várias razões, não teriam feito isso, estão se apresentando".
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