Publicado 03/10/2024 09:30
Israel afirmou nesta quinta-feira(3) que matou 15 combatentes do Hezbollah em um bombardeio no sul do Líbano e o movimento pró-Irã afirmou ter frustrado duas incursões de "tropas inimigas", no quarto dia de operações terrestres israelenses.
PublicidadeAntes do amanhecer, o Exército israelense bombardeou um centro de ajuda humanitária do Hezbollah no coração de Beirute, matando pelo menos sete pessoas, segundo a milícia.
A escalada militar entre Israel, de um lado, e o Irã e o Hezbollah, do outro, suscita temores de um conflito na região, um ano após o ataque do grupo palestino Hamas em solo israelense que deixou 1.205 mortos, segundo uma contagem da AFP baseada em números oficiais israelenses, e desencadeou uma guerra na Faixa de Gaza.
Além das ofensivas contra o Hamas e o Hezbollah, aliados do seu inimigo Irã, Israel ameaça retaliar Teerã pelo lançamento de quase 200 mísseis em seu território na terça-feira.
Desde meados de setembro, o Exército israelense intensificou sua ofensiva na fronteira com o Líbano, atacando posições do Hezbollah, que iniciou hostilidades contra Israel em apoio ao Hamas. Na segunda-feira, lançou uma incursão terrestre "limitada" no sul do Líbano.
Israel anunciou nesta quinta-feira que matou 15 combatentes do Hezbollah em um bombardeio noturno contra um "prédio da Prefeitura de Bint Jbeil", onde havia "grandes quantidades de armas" da milícia. Também ordenou a evacuação de 25 cidades no sul do Líbano.
No dia seguinte aos combates terrestres, o Hezbollah disse que "repeliu com fogo de artilharia uma tentativa das forças inimigas israelenses de avançar" em um ponto fronteiriço no sul do Líbano. Também disse que disparou foguetes contra Tiberíades, norte de Israel.
O Exército libanês anunciou a morte de um soldado no sul do país.
O Exército israelense, que relatou a morte de sete soldados desde segunda-feira no sul do Líbano, anunciou que enviou uma segunda divisão para apoiar as tropas no terreno.
Um jornalista da AFP viu o segundo andar de um edifício devastado em Beirute, após o bombardeio desta manhã.
"Somos civis. Você vê algum combatente aqui?", perguntou Hasan Amar, um morador de 82 anos, indignado.
Os poderosos bombardeios noturnos que também atingiram os subúrbios ao sul de Beirute fizeram tremer as paredes dos edifícios, disseram moradores.
Com esta ofensiva, Israel quer conter os ataques do Hezbollah em direção ao norte do seu território para que milhares de deslocados israelenses possam voltar para casa.
Israel afirma que a maioria dos principais comandantes do Hezbollah foram mortos nos bombardeios, incluindo seu líder Hasan Nasrallah.
Segundo números oficiais libaneses, mais de 1.928 pessoas morreram no Líbano desde outubro de 2023, incluindo mais de mil desde as explosões de dispositivos de comunicação do Hezbollah em 17 e 18 de setembro, e o início dos ataques ao sul e leste do país além dos subúrbios de Beirute em 23 de setembro.
O governo estima que cerca de 1,2 milhão de pessoas foram deslocadas por estes ataques.
"Queremos ir para qualquer lugar. Tememos pelos nossos filhos e a guerra será longa", disse Fatima Salah, enfermeira e mãe de quatro filhos que fugiu do subúrbio de Beirute.
O Hamas e o Hezbollah fazem parte do chamado "eixo da resistência", liderado pelo Irã, contra Israel.
O Irã lançou um segundo ataque direto contra Israel na terça-feira, em resposta ao assassinato de Nasrallah e de Ismail Haniyeh, o líder do Hamas que morreu em 31 de julho em um ataque atribuído a Israel em Teerã.
"O Irã cometeu um erro grave e pagará por isso", prometeu o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. O presidente iraniano, Masud Pezeshkian, declarou que "não está à procura de guerra", mas prometeu uma resposta "mais forte" caso Israel retaliasse.
Aliados de Israel, os Estados Unidos reconheceram o direito de Israel de se defender, mas declararam que não apoiariam um ataque às instalações nucleares iranianas.
Na Faixa de Gaza, os bombardeios, embora menos intensos, continuam, e nesta quinta-feira mataram pelo menos sete pessoas, segundo a Defesa Civil.
Até o momento, a ofensiva israelense deixou mais de 41.750 mortos no pequeno território palestino, a maioria civis, segundo as autoridades do território, governado pelo Hamas.
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