Air France investiga rota suspeita de voo da companhiaJulien de Rosa/AFP
Publicado 09/10/2024 14:53
A Air France abriu uma investigação para determinar por que um avião que fazia o trajeto entre Paris e Dubai sobrevoou o Iraque em 1º de outubro, justamente quando começava o ataque de mísseis iranianos contra Israel no mesmo espaço aéreo.
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O voo AF662 da Air France cruzou o território iraquiano no começo do ataque, pouco antes de a Air France ordenar aos seus aviões que parassem de sobrevoar o Iraque e de as autoridades locais fecharem o espaço aéreo iraquiano, segundo a companhia de aviação francesa.
O canal de televisão LCI, que foi o primeiro a informar sobre o incidente, disse que os pilotos viram os mísseis no céu noturno de dentro da cabine e que o controle do tráfego aéreo iraquiano lhes havia desejado "boa sorte".
Em um comunicado enviado à AFP, a companhia francesa disse que tinha informação de um "ataque próximo" com mísseis balísticos do Irã contra Israel e que "sem esperar instruções das autoridades iraquianas, a Air France decidiu suspender os voos de seus aviões sobre o espaço aéreo do país a partir das 17h GMT" (14h de Brasília).
O voo AF622 "sobrevoava o sul do Iraque quando começou o ataque iraniano, ao redor das 16h45 (13h45). Abandonou o espaço aéreo do país pouco antes das 17h GMT. O espaço aéreo iraquiano não foi fechado oficialmente pelas autoridades locais até as 17h56 GMT", acrescentou.
O comunicado afirma que os voos da Air France "já evitaram o espaço aéreo israelense, libanês e iraniano" devido às tensões internacionais e que "o sobrevoo do espaço aéreo iraquiano se limitou a um corredor específico utilizado por todas as companhias aéreas".
Um porta-voz da empresa explicou à AFP que "foi aberta uma investigação interna sobre esse incidente". A companhia aérea não comentou se os pilotos viram os mísseis, como informou a emissora de televisão.
Os mísseis balísticos voam a uma altitude geralmente superior à dos aviões comerciais.
Em 1º de outubro, o Irã lançou 200 mísseis contra o território israelense, em represália ao assassinato do líder do movimento libanês Hezbollah, Hassan Nasralah, por um míssil israelense em Beirute.
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