Volodimir Zelensky, presidente da UcrâniaLudovic Marin/AFP
Publicado 16/10/2024 08:11 | Atualizado 16/10/2024 09:27
O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, apresentou nesta quarta-feira (16) no Parlamento de Kiev o seu "Plano para a Vitória", no qual descarta a possibilidade de ceder "território" para encerrar a guerra com a Rússia, e voltou a pedir às potências ocidentais que aumentem a ajuda.

"A Rússia deve perder a guerra contra a Ucrânia. Não pode haver um 'congelamento' (da linha frente). Não pode haver troca que envolva o território da Ucrânia ou sua soberania", afirmou o presidente aos deputados durante a explicação do plano.

O projeto será apresentado na quinta-feira aos 27 países da União Europeia (UE) durante uma reunião de cúpula.

Zelensky defendeu como parte do plano a mobilização de recursos de dissuasão não nucleares em seu país.

"A Ucrânia propõe instalar em seu território um conjunto completo de medidas de dissuasão estratégica não nucleares, que será suficiente para proteger a Ucrânia de qualquer ameaça militar da Rússia", disse.

O presidente afirmou que os detalhes da proposta foram incluídos em um "anexo secreto" ao seu plano de vitória, que transmitiu aos Estados Unidos, Reino Unido, França, Itália e Alemanha.

A Rússia assumiu o controle de quase 20% do território ucraniano desde o início da invasão em fevereiro de 2022, reduzindo cidades e vilarejos a escombros e matando milhares de civis.

Rússia rejeita plano de Kiev
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A prioridade do "Plano para a Vitória", insistiu Zelensky, é a maior integração da Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), liderada pelos Estados Unidos.

"O primeiro ponto é um convite da Otan, agora", afirmou Zelensky, antes de destacar que Moscou minou a segurança na Europa durante décadas porque Kiev não é membro da organização.

Ele também voltou a pedir que os aliados ocidentais permitam o uso de armas de longo alcance contra a Rússia, cujo uso atualmente é restrito.

Zelensky fez um apelo aos "aliados para que retirem as restrições ao uso de armas de longo alcance em todo o território da Ucrânia ocupado pela Rússia e em território russo", sobre a "infraestrutura militar inimiga" e mais ajuda para "equipar as nossas brigadas de reserva".

A Rússia, que invadiu a Ucrânia no fim de fevereiro de 2022, rejeitou o plano de vitória apresentado por Zelensky e afirmou que Kiev deve "acordar". Moscou exige que Kiev desista do território que suas tropas já controlam no leste e no sul da Ucrânia como pré-condição para negociações de paz.

"O único plano de paz possível é que o regime de Kiev compreenda que sua política carece de perspectiva e é necessário que acorde", declarou à imprensa o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

O Ministério da Defesa da Rússia também anunciou nesta quarta-feira que as forças do país conquistaram as localidades de Nevske, na região de Luhansk, no leste da Ucrânia, e Krasni Yar, a 12 quilômetros de Pokrovsk, uma cidade que tem importância estratégica para o Exército ucraniano.

Zelensky tenta recuperar espaço no leste, graças, entre outras ações, à ofensiva que iniciou na região russa de Kursk em agosto, na fronteira entre os dois países.

A operação foi uma humilhação para a Rússia no âmbito militar, mas não enfraqueceu as forças russas mobilizadas na região do Donbass.
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