Publicado 19/10/2024 15:35
O Irã ameaça uma resposta contundente se Israel responder ao seu ataque com mísseis no início do mês, ao mesmo tempo que multiplica iniciativas diplomáticas para evitar uma guerra regional total.
A República Islâmica lançou 200 mísseis contra Israel em 1º de outubro, em resposta aos assassinatos por Israel do general iraniano Abbas Nilforushan e do chefe do Hezbollah libanês, Hassan Nasrallah, em setembro, em Beirute.
O ataque também foi uma retaliação pelo assassinato em julho do chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, atribuído a Israel.
O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, prometeu dar a essa onda de mísseis uma resposta "mortal, precisa e surpreendente".
O chefe dos Guardiões da Revolução (milícia ideológica do regime iraniano), Hosein Salami, alertou que seu país responderá com um ataque "doloroso" se Israel cumprir suas ameaças.
O chefe do Estado-Maior do Exército iraniano, Mohamad Baqeri, indicou que "o inimigo sionista deveria saber que se aproxima do fim da sua vida miserável" e afirmou que Israel é um "tumor cancerígeno".
O Irã não reconhece Israel desde 1979, quando uma revolução derrubou a monarquia do xá apoiado pelos Estados Unidos. Desde então, a questão palestina tornou-se um pilar da sua política externa.
Tanto o movimento islamista palestino Hamas como o Hezbollah libanês fazem parte do "Eixo da Resistência" a Israel, que reúne formações armadas apoiadas pelo Irã.
Duas posturas não 'contraditórias'
PublicidadeA República Islâmica lançou 200 mísseis contra Israel em 1º de outubro, em resposta aos assassinatos por Israel do general iraniano Abbas Nilforushan e do chefe do Hezbollah libanês, Hassan Nasrallah, em setembro, em Beirute.
O ataque também foi uma retaliação pelo assassinato em julho do chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, atribuído a Israel.
O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, prometeu dar a essa onda de mísseis uma resposta "mortal, precisa e surpreendente".
O chefe dos Guardiões da Revolução (milícia ideológica do regime iraniano), Hosein Salami, alertou que seu país responderá com um ataque "doloroso" se Israel cumprir suas ameaças.
O chefe do Estado-Maior do Exército iraniano, Mohamad Baqeri, indicou que "o inimigo sionista deveria saber que se aproxima do fim da sua vida miserável" e afirmou que Israel é um "tumor cancerígeno".
O Irã não reconhece Israel desde 1979, quando uma revolução derrubou a monarquia do xá apoiado pelos Estados Unidos. Desde então, a questão palestina tornou-se um pilar da sua política externa.
Tanto o movimento islamista palestino Hamas como o Hezbollah libanês fazem parte do "Eixo da Resistência" a Israel, que reúne formações armadas apoiadas pelo Irã.
Duas posturas não 'contraditórias'
O chanceler iraniano, Abbas Araqchi, iniciou uma viagem que busca, por meio da diplomacia, evitar que o conflito se espalhe pela região.
O chefe da diplomacia iraniana visitou nove capitais em duas semanas e conversou na terça-feira com o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.
"Não podemos dizer que estas posições [do Irã] sejam contraditórias", disse à AFP Ahmad Zeidabadi, especialista em relações internacionais radicado em Teerã.
Araqchi "repete as palavras dos militares" de que se Israel atacar, "o Irã dará uma resposta dolorosa", disse ele.
O especialista lembrou que Araqchi disse que, por um lado o Irã está "totalmente preparado para a guerra", por outro busca a "desescalada". "A questão é por qual mecanismo", acrescentou Zeidabadi.
Araqchi visitou Beirute, capital libanesa, uma semana após a morte de Nasrallah. O ministro viajou então para Damasco, onde se encontrou com seu homólogo sírio e com o presidente Bashar al Assad, aliado próximo de Teerã.
'Objetivos diferentes'
O chefe da diplomacia iraniana visitou nove capitais em duas semanas e conversou na terça-feira com o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.
"Não podemos dizer que estas posições [do Irã] sejam contraditórias", disse à AFP Ahmad Zeidabadi, especialista em relações internacionais radicado em Teerã.
Araqchi "repete as palavras dos militares" de que se Israel atacar, "o Irã dará uma resposta dolorosa", disse ele.
O especialista lembrou que Araqchi disse que, por um lado o Irã está "totalmente preparado para a guerra", por outro busca a "desescalada". "A questão é por qual mecanismo", acrescentou Zeidabadi.
Araqchi visitou Beirute, capital libanesa, uma semana após a morte de Nasrallah. O ministro viajou então para Damasco, onde se encontrou com seu homólogo sírio e com o presidente Bashar al Assad, aliado próximo de Teerã.
'Objetivos diferentes'
Estas visitas permitiram a Teerã "reiterar o compromisso do Irã em apoiar seus aliados no Eixo da Resistência", disse à AFP Hamidreza Azizi, analista do Conselho do Oriente Médio sobre Assuntos Mundiais, com sede em Berlim.
Araqchi também viajou à Arábia Saudita, cujas relações com o Irã se aproximaram no ano passado, e para o Catar, Iraque e Omã, mediador das negociações indiretas entre Irã e Estados Unidos.
Depois foi à Jordânia, que mantém relações difíceis com Teerã, e ao Egito, que recebeu um chanceler iraniano pela primeira vez desde 2013.
Na sexta-feira, Araqchi também esteve na Turquia, onde reiterou que o Irã está "preparado para qualquer situação".
"O Irã quer que os países árabes se afastem do eixo israelense", disse Zeidabadi.
Os Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Marrocos normalizaram os laços com Israel no marco dos Acordos de Abraão de 2020, apoiados pelos Estados Unidos.
Azizi afirmou que o Irã busca "objetivos diferentes". Além de reafirmar o apoio de seus aliados, o chanceler iraniano transmitiu "uma combinação de advertência e garantia" a alguns países do Golfo, explicou.
"O mundo inteiro aguarda a resposta israelense ao ataque iraniano (…) e tem-se falado da possível utilização do espaço aéreo dos Estados árabes" para atacar o Irã, acrescentou Azizi.
Ao mesmo tempo, Araqchi insistiu que o Irã continua "empenhado" em melhorar as relações com estes países, acrescentou o especialista.
Araqchi também viajou à Arábia Saudita, cujas relações com o Irã se aproximaram no ano passado, e para o Catar, Iraque e Omã, mediador das negociações indiretas entre Irã e Estados Unidos.
Depois foi à Jordânia, que mantém relações difíceis com Teerã, e ao Egito, que recebeu um chanceler iraniano pela primeira vez desde 2013.
Na sexta-feira, Araqchi também esteve na Turquia, onde reiterou que o Irã está "preparado para qualquer situação".
"O Irã quer que os países árabes se afastem do eixo israelense", disse Zeidabadi.
Os Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Marrocos normalizaram os laços com Israel no marco dos Acordos de Abraão de 2020, apoiados pelos Estados Unidos.
Azizi afirmou que o Irã busca "objetivos diferentes". Além de reafirmar o apoio de seus aliados, o chanceler iraniano transmitiu "uma combinação de advertência e garantia" a alguns países do Golfo, explicou.
"O mundo inteiro aguarda a resposta israelense ao ataque iraniano (…) e tem-se falado da possível utilização do espaço aéreo dos Estados árabes" para atacar o Irã, acrescentou Azizi.
Ao mesmo tempo, Araqchi insistiu que o Irã continua "empenhado" em melhorar as relações com estes países, acrescentou o especialista.
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