Atentado a cerca de 40 km da capital Ancara, na Turquia, deixou cinco mortos e 22 feridosReprodução / Redes Sociais
Publicado 23/10/2024 19:41
As autoridades da Turquia apontaram o PKK como "provável" responsável do atentado cometido nesta quarta-feira (23) perto de Ancara, no qual morreram cinco pessoas, e bombardearam em represália posições do grupo no Iraque e na Síria.

O atentado com explosivos que aconteceu diante da sede das indústrias de defesa da Turquia, a cerca de 40 km da capital Ancara, deixou cinco mortos e 22 feridos.

O ministro do Interior turco, Ali Yerlikaya, assinalou que, por sua modalidade, "está muito provavelmente vinculado" ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).

O ministro da Defesa turco, Yasar Guler, apoiou essa hipótese e denunciou aqueles que, "como sempre, tentaram perturbar a paz" realizando "um atentado desprezível e desonroso".

"Sempre damos a estes malfeitores do PKK o castigo que merecem [...] Não vamos deixar de persegui-los até eliminar o último terrorista e os faremos sofrer pelo que fizeram", acrescentou.

Pouco antes da meia-noite local (18h em Brasília), seu ministério anunciou que bombardeou 32 alvos do PKK e de seus aliados no norte do Iraque e da Síria.

"Em conformidade com nossos direitos de autodefesa [...], realizamos uma operação aérea contra alvos terroristas no norte do Iraque e da Síria [...] e um total de 32 alvos pertencentes a terroristas foram destruídos", assinalou o ministério em uma nota, e acrescentou que as "operações aéreas continuam".

O PKK, classificado como "terrorista" pela Turquia e seus aliados ocidentais, entre eles os Estados Unidos e a União Europeia, realiza uma insurgência contra o Exército turco desde 1984.

O vice-presidente turco, Cevdet Yilmaz, que visitou os feridos, disse que os mortos são quatro funcionários e um taxista, e que sete dos feridos são policiais.

A emissora de televisão privada NTV disse que se tratou de um ataque suicida e indicou que um "grupo de terroristas" chegou diante do edifício e um deles "se explodiu". Em seguida, houve um tiroteio que durou mais de uma hora, segundo a imprensa local.

O jornal Sabah publicou na rede X uma imagem das câmeras de vigilância da entrada do edifício, que mostra um jovem vestido de preto, carregando uma mochila e aparentemente armado com um fuzil de assalto, que o veículo descreve como "um dos terroristas que atacam a #TAI".

Imagens de televisão mostraram grandes chamas e uma fumaça branca em frente à entrada do local. A autoria da ação ainda não foi reivindicada.

Solidariedade da Otan e de Putin
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O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, denunciou na cidade russa de Kazan, onde participa como convidado da cúpula do Brics, um ataque motivado pelo "ódio".

"Nenhuma estrutura, nenhuma organização terrorista, nenhum foco infame contra a nossa segurança poderá conquistar seus objetivos. Nossa luta contra todas as ameaças terroristas continuará com determinação", acrescentou, na rede social X.

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte, afirmou em mensagem na rede X que conversou por telefone com o presidente turco sobre o "ataque terrorista".

"A minha mensagem foi muito clara: a Otan está com a Turquia", disse.

Erdogan também recebeu apoio direto do presidente russo, Vladimir Putin, com quem se reuniu em Kazan.

"Condenamos qualquer ação desse tipo, quaisquer que sejam suas motivações", declarou Putin ao receber o mandatário turco.

Uma importante feira de indústrias de defesa e aeroespaciais está ocorrendo esta semana em Istambul, com a presença do presidente das Indústrias de Defesa e à qual compareceu, entre outros, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha.

O setor de defesa da Turquia, conhecido por seus famosos drones Bayraktar, representa cerca de 80% da receita de exportações do país, com um faturamento de 10,2 bilhões de dólares em 2023, cerca de R$ 58,2 bilhões na cotação atual.

O último atentado registrado na Turquia ocorreu em janeiro, em uma igreja de Istambul. A ação deixou um morto e foi reivindicada pelo grupo Estado Islâmico.

Antes disso, o PKK, em luta armada contra o governo, havia realizado um ataque contra uma delegacia em Ancara em outubro de 2023, que resultou em dois agressores mortos e dois policiais feridos.
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