Publicado 27/10/2024 20:42 | Atualizado 27/10/2024 20:44
O Uruguai realiza eleições neste domingo (27) para escolher o sucessor do presidente de centro-direita Luis Lacalle Pou, uma eleição que tem um pupilo do ex-presidente de esquerda José Mujica como favorito, Yamandú Orsi.
No entanto, a votação -- que foi encerrada às 19h30 -- parece caminhar para um segundo turno contra o candidato da atual coalizão de governo, Álvaro Delgado, do Partido Nacional, já que não se espera que algum candidato consiga a maioria absoluta.
"Hoje o governo começa mudar de alguma maneira", disse o presidente Luis Lacalle Pou após votar, prometendo uma transição "ordenada" e sem responder se assumirá a cadeira no Senado à qual concorre.
Onze candidatos, todos homens, disputam a sucessão de Lacalle Pou, que tem índice de aprovação de 50%, mas não pode disputar um segundo mandato consecutivo de cinco anos pelas normas estabelecidas na Constituição.
Orsi, candidato da opositora Frente Ampla, um professor de História e ex-prefeito departamental de 57 anos, lidera as intenções de voto, com 41 a 47% segundo as pesquisas.
Ao votar em Canelones, o departamento que governou por quase 10 anos, destacou a "saúde democrática" do Uruguai.
Delgado, candidato do Partido Nacional, que lidera a atual coalizão de governo, aparece em segundo lugar nas pesquisas. O veterinário de 55 anos, que foi secretário da Presidência de Lacalle Pou, tem de 20 a 25% das intenções de voto.
"A ventagem que tenho é fui secretário da Presidência [de Lacalle Pou] por quatro anos. Não preciso fazer pré-temporada", declarou.
Andrés Ojeda, do Partido Colorado, que também integra a coalizão, aparece em terceiro com 15-16% das intenções de voto.
O advogado midiático de 40 anos tem ganhado impulso com sua forma nada convencional de fazer política, por isso é comparado ao presidente argentino ultraliberal Javier Milei.
Se nenhum candidatos superar 50% dos votos, haverá segundo turno em 24 de novembro.
Último voto de Mujica?
PublicidadeNo entanto, a votação -- que foi encerrada às 19h30 -- parece caminhar para um segundo turno contra o candidato da atual coalizão de governo, Álvaro Delgado, do Partido Nacional, já que não se espera que algum candidato consiga a maioria absoluta.
"Hoje o governo começa mudar de alguma maneira", disse o presidente Luis Lacalle Pou após votar, prometendo uma transição "ordenada" e sem responder se assumirá a cadeira no Senado à qual concorre.
Onze candidatos, todos homens, disputam a sucessão de Lacalle Pou, que tem índice de aprovação de 50%, mas não pode disputar um segundo mandato consecutivo de cinco anos pelas normas estabelecidas na Constituição.
Orsi, candidato da opositora Frente Ampla, um professor de História e ex-prefeito departamental de 57 anos, lidera as intenções de voto, com 41 a 47% segundo as pesquisas.
Ao votar em Canelones, o departamento que governou por quase 10 anos, destacou a "saúde democrática" do Uruguai.
Delgado, candidato do Partido Nacional, que lidera a atual coalizão de governo, aparece em segundo lugar nas pesquisas. O veterinário de 55 anos, que foi secretário da Presidência de Lacalle Pou, tem de 20 a 25% das intenções de voto.
"A ventagem que tenho é fui secretário da Presidência [de Lacalle Pou] por quatro anos. Não preciso fazer pré-temporada", declarou.
Andrés Ojeda, do Partido Colorado, que também integra a coalizão, aparece em terceiro com 15-16% das intenções de voto.
O advogado midiático de 40 anos tem ganhado impulso com sua forma nada convencional de fazer política, por isso é comparado ao presidente argentino ultraliberal Javier Milei.
Se nenhum candidatos superar 50% dos votos, haverá segundo turno em 24 de novembro.
Último voto de Mujica?
A segurança pública é o tema que mais preocupa a população do país, que tem 3,4 milhões de habitantes, predominantemente agrícola, com elevada renda per capita e baixos níveis de pobreza e desigualdade em comparação com as demais nações da região, mas que enfrenta um aumento da violência vinculada às drogas.
"Que [o próximo presidente] tenha mais empenho com a segurança, não estamos tão mal, mas podemos estar melhor", disse à AFP Juan Sunino, um comerciante de 65 anos.
Caso nenhum dos candidatos supere 50% dos votos, os uruguaios retornarão às urnas para o segundo turno em 24 de novembro.
A coalizão de governo, que também inclui o 'Cabildo Abierto' (direita, 2-4% nas pesquisas), e o Partido Independente (centro-esquerda, 1-3%), já anunciaram que organizarão uma "festa da democracia" durante a noite, para demonstrar união.
A Frente Ampla convocou uma "celebração da esperança" em outro ato em Montevidéu.
Orsi acredita no retorno da Frente Ampla à presidência, que o movimento perdeu em 2020, após três mandatos consecutivos, um deles com Mujica (2010-2015).
O ex-guerrilheiro de 89 anos se recupera de problemas derivados de um câncer de esôfago, mas foi muito ativo na campanha e uma das primeiras pessoas a votar neste domingo.
"Talvez seja o meu último voto", disse, em uma cadeira de rodas e cercado de câmeras de televisão. Questionado pelos jornalistas, Mujica apontou a segurança pública e o crescimento econômico como os principais desafios do próximo governo.
'Dois blocos muito parelhos'
"Que [o próximo presidente] tenha mais empenho com a segurança, não estamos tão mal, mas podemos estar melhor", disse à AFP Juan Sunino, um comerciante de 65 anos.
Caso nenhum dos candidatos supere 50% dos votos, os uruguaios retornarão às urnas para o segundo turno em 24 de novembro.
A coalizão de governo, que também inclui o 'Cabildo Abierto' (direita, 2-4% nas pesquisas), e o Partido Independente (centro-esquerda, 1-3%), já anunciaram que organizarão uma "festa da democracia" durante a noite, para demonstrar união.
A Frente Ampla convocou uma "celebração da esperança" em outro ato em Montevidéu.
Orsi acredita no retorno da Frente Ampla à presidência, que o movimento perdeu em 2020, após três mandatos consecutivos, um deles com Mujica (2010-2015).
O ex-guerrilheiro de 89 anos se recupera de problemas derivados de um câncer de esôfago, mas foi muito ativo na campanha e uma das primeiras pessoas a votar neste domingo.
"Talvez seja o meu último voto", disse, em uma cadeira de rodas e cercado de câmeras de televisão. Questionado pelos jornalistas, Mujica apontou a segurança pública e o crescimento econômico como os principais desafios do próximo governo.
'Dois blocos muito parelhos'
Mais de 2,7 milhões de uruguaios estão registrados para votar e escolher o presidente e vice-presidente para o período 2025-2030, além de renovar o Parlamento bicameral.
Os eleitores também devem se pronunciar em dois plebiscitos.
O mais polêmico, promovido pela central sindical única Pit-CNT com o apoio de setores da Frente Ampla, propõe a redução da idade mínima de aposentadoria de 65 para 60 anos e a proibição dos planos de previdência privados.
A iniciativa tem 35-47% de apoio nas pesquisas. Os três principais candidatos à presidência afirmaram que votarão contra a medida.
O outro plebiscito, promovido por todos os candidatos da coalizão de governo e rejeitado pela oposição, pretende autorizar operações policiais nas residências durante a noite. As pesquisas mostram apoio de pouco mais de 50%.
"É uma eleição com muita incerteza e muito competitiva, com dois blocos muito parelhos. Esperamos um segundo turno entre Orsi e Delgado. O que não está tão claro é se haverá maioria parlamentar, porque poucos pontos de diferença podem gerar movimentos políticos determinantes", disse à AFP o cientista político Adolfo Garcé.
"Não acreditamos na aprovação do plebiscito sobre a Previdência Social", acrescentou, mas se acontecer "poderia gerar um panorama muito complicado".
Analistas alertam que esta mudança constitucional, que segundo o Pit-CNT custaria 460 milhões de dólares (2,62 bilhões de reais) por ano, mas que segundo os críticos custaria mais do que o dobro, poderia prejudicar as finanças de um país que ainda está se recuperando das consequências da pandemia de covid e de uma seca recorde em 2023. Também precisa reduzir o déficit fiscal (-4,4% do PIB em agosto).
O voto é obrigatório no Uruguai. Uma hora após o fechamento das seções eleitorais, são esperadas projeções de boca de urna de institutos de pesquisa privados.
A Justiça Eleitoral deve ter dados indicativos dos resultados finais por volta das 22h deste domingo.
Os eleitores também devem se pronunciar em dois plebiscitos.
O mais polêmico, promovido pela central sindical única Pit-CNT com o apoio de setores da Frente Ampla, propõe a redução da idade mínima de aposentadoria de 65 para 60 anos e a proibição dos planos de previdência privados.
A iniciativa tem 35-47% de apoio nas pesquisas. Os três principais candidatos à presidência afirmaram que votarão contra a medida.
O outro plebiscito, promovido por todos os candidatos da coalizão de governo e rejeitado pela oposição, pretende autorizar operações policiais nas residências durante a noite. As pesquisas mostram apoio de pouco mais de 50%.
"É uma eleição com muita incerteza e muito competitiva, com dois blocos muito parelhos. Esperamos um segundo turno entre Orsi e Delgado. O que não está tão claro é se haverá maioria parlamentar, porque poucos pontos de diferença podem gerar movimentos políticos determinantes", disse à AFP o cientista político Adolfo Garcé.
"Não acreditamos na aprovação do plebiscito sobre a Previdência Social", acrescentou, mas se acontecer "poderia gerar um panorama muito complicado".
Analistas alertam que esta mudança constitucional, que segundo o Pit-CNT custaria 460 milhões de dólares (2,62 bilhões de reais) por ano, mas que segundo os críticos custaria mais do que o dobro, poderia prejudicar as finanças de um país que ainda está se recuperando das consequências da pandemia de covid e de uma seca recorde em 2023. Também precisa reduzir o déficit fiscal (-4,4% do PIB em agosto).
O voto é obrigatório no Uruguai. Uma hora após o fechamento das seções eleitorais, são esperadas projeções de boca de urna de institutos de pesquisa privados.
A Justiça Eleitoral deve ter dados indicativos dos resultados finais por volta das 22h deste domingo.
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.