Substância é classificada pela OMS como uma das dez de maior preocupação para a saúde públicaAFP
Publicado 29/10/2024 15:43
O atum entalado está amplamente contaminado com mercúrio, de acordo com um estudo realizado em cinco países europeus, entre eles Espanha e Itália, denunciaram nesta terça-feira (29) duas ONGs que pediram às grandes redes varejistas e às autoridades que "tomem medidas de emergência".
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“148 latas foram selecionadas aleatoriamente na França, Alemanha, Inglaterra [Reino Unido], Espanha e Itália e testadas por um laboratório independente. Cem por cento das latas estavam contaminadas com mercúrio”, revelou a pesquisa conduzida pela Bloom, uma instituição de caridade ambiental, e publicada em conjunto com a Foodwatch.
O grupo ambiental Bloom afirmou que mais de uma em cada duas latas tinha concentrações de mercúrio acima do limite máximo estabelecido para outras espécies de peixe (0,3 mg/kg).
“Os limites máximos de mercúrio para o atum na Europa foram estabelecidos com base no nível de contaminação observado no atum - e não com base no risco do mercúrio para a saúde humana - a fim de garantir a venda de 95% do atum”, disse a investigação.
Portanto, foi fixado em 1 mg/kg para o “peso do peixe fresco” e não para o produto enlatado.
“É por isso que o atum, uma das espécies mais contaminadas, tem um limite máximo de mercúrio três vezes maior do que o das espécies menos contaminadas”, disse o relatório.
Para Bloom e Foodwatch, “não há razão de saúde que justifique essa discrepância, pois o mercúrio não é menos tóxico se ingerido através do atum. A única coisa que importa é a concentração de mercúrio”.
O mercúrio é classificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma das dez substâncias de maior preocupação para a saúde pública.
No oceano, o mercúrio se mistura com bactérias e é transformado em metilmercúrio, um derivado ainda mais tóxico.
“O mercúrio elementar e o metilmercúrio são tóxicos para o sistema nervoso. Podem ser observados distúrbios neurológicos e comportamentais após a exposição”, afirma a OMS.
Chamando isso de “verdadeiro escândalo de saúde pública”, as ONGs pediram “medidas emergenciais” e solicitaram que a Comissão Europeia se alinhasse com o limite máximo mais rigoroso estabelecido para outras espécies (0,3 mg/kg).
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