Publicado 05/11/2024 14:16 | Atualizado 05/11/2024 14:18
Ativistas dos direitos humanos expressaram, nesta terça-feira (5), sua preocupação pela possível transferência para um hospital psiquiátrico da estudante iraniana detida no sábado (2) após se despir em público em uma universidade de Teerã.
Um vídeo em que a jovem é vista apenas de roupas íntimas em frente à universidade Azad viralizou nas redes sociais, convertendo a estudante em um novo símbolo da luta pelo direito das mulheres no Irã.
PublicidadeUm vídeo em que a jovem é vista apenas de roupas íntimas em frente à universidade Azad viralizou nas redes sociais, convertendo a estudante em um novo símbolo da luta pelo direito das mulheres no Irã.
De acordo com grupos de ativistas que revelaram o caso no sábado, a jovem se despiu em protesto após ser acusada por funcionários da universidade de não cumprir com o rigoroso código de vestimenta islâmico obrigatório no país. Em outro vídeo, as forças de segurança carregam a mulher à força para um carro.
A agência iraniana de notícias Fars confirmou o incidente no sábado, assegurando que a estudante estava com roupas "inapropriadas" em sala de aula e se "despiu" depois de ter sido advertida "calmamente" pelos agentes de segurança.
A lei islâmica no Irã impõe um severo código de vestimenta às mulheres, obrigando-as a usar véu e roupas muito folgadas que escondam sua silhueta.
De acordo com o Centro de Direitos Humanos no Irã (CHRI), com sede em Nova York, a jovem foi "transferida à força para um hospital psiquiátrico", sem fornecer mais detalhes.
O porta-voz da Universidade de Azad disse que a mulher "estava sob forte pressão psicológica e sofrendo com problemas mentais"
A mídia IranWire, sediada no exterior, informou que ela era estudante de francês na universidade e nunca havia demonstrado sinais de problemas mentais.
"As autoridades iranianas usam sistematicamente a hospitalização psiquiátrica forçada como meio de eliminar a dissidência e minar a credibilidade dos oponentes", disse o diretor-executivo do CHRI, Hadi Ghaemi, em um comunicado.
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