Países europeus teriam dificuldade de se proteger da RússiaAFP
Publicado 08/11/2024 07:57
A Europa não tem capacidades militares e de defesa suficientes para se proteger de ataques externos, apesar do aumento dos gastos após a invasão da Ucrânia por tropas da Rússia, afirma o estudo de um instituto britânico publicado nesta sexta-feira (8).
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Após a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos, muitas pessoas no continente questionam se o magnata republicano manterá o apoio militar à Ucrânia e pedem o reforço das capacidades de defesa da Europa.
As principais Forças Armadas europeias "continuam com falta de pessoal, muitas continuam perdendo tropas sem incentivar de maneira suficiente as gerações mais jovens a se envolverem", afirma o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS).
"Continuam dependendo dos Estados Unidos, em graus variados, em todas as áreas militares", lamenta o grupo de especialistas, que celebra até domingo um fórum de defesa em Praga, capital da República Tcheca.
"Embora os membros europeus da Otan tenham aumentado os gastos em 50%" desde a anexação da Crimeia pela Rússia em 2014, a invasão da Ucrânia em 2022 expôs várias fragilidades da capacidade da Europa de garantir sua própria segurança.
O arsenal "foi severamente reduzido desde o fim da Guerra Fria" e "a indústria de defesa na Europa também se contraiu", indica o estudo.
O IISS destaca, no entanto, que a produção aumentou consideravelmente desde 2022 em setores como defesa aérea e artilharia porque os fabricantes de armas devem suprir as necessidades da Ucrânia.
Além disso, metade dos pedidos de equipamentos militares dos países europeus da Otan são direcionados a empresas do continente, contra 34% para fornecedores dos Estados Unidos.
Na quarta-feira (6), o novo comissário europeu da Defesa, Andrius Kubilius, declarou que a União Europeia deve gastar mais neste setor, não devido à reeleição de Trump, e sim devido à ameaça russa.
Durante uma reunião de governantes europeus em Budapeste, o presidente francês, Emmanuel Macron, advertiu que a UE "não deve delegar para a eternidade" sua segurança a Washington.
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