Primeiro-ministro do Líbano, Najib MikatiAFP
Publicado 15/11/2024 15:03
O primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, pediu nesta sexta-feira que o Irã ajude a garantir um cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah, e aparentemente instou o país persa a convencer o grupo militante libanês a aceitar um acordo que pode exigir que o Hezbollah se retire da fronteira entre Israel e Líbano.

Ele fez os comentários em conversas com Ali Larijani, um dos principais conselheiros do líder supremo do Irã, Ali Khamenei. O Irã é um dos principais apoiadores do Hezbollah.

Mikati pediu ao Irã que ajude a implementar a resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU, que encerrou a última guerra entre Israel e o Hezbollah, em 2006. Ele afirmou que o governo libanês quer que a guerra acabe e que a resolução seja implementada "em todos os seus detalhes", de acordo com comunicado de seu gabinete.

Mikati, que nas últimas semanas se tornou mais crítico em relação ao papel do Irã no Líbano, disse também que o governo libanês quer que o Irã ajude a unidade nacional do Líbano e que não tome nenhuma posição apoiando um partido local contra o outro. O Hezbollah é também um partido político.

Larijani disse que o principal objetivo de sua visita era "dizer em voz alta que apoiaremos o governo e o povo do Líbano".

Desde o final de setembro, Israel intensificou seus bombardeios ao Líbano, prometendo paralisar o Hezbollah e acabar com seus ataques a Israel. Mais de 3.300 pessoas foram mortas no Líbano por ataques israelenses, 80% delas no mês passado, diz o Ministério da Saúde do Líbano.

De acordo com a imprensa libanesa, a embaixadora dos Estados Unidos em Beirute, Lisa Johnson, entregou a minuta de uma proposta de acordo de cessar-fogo ao presidente do Parlamento libanês, Nabih Berri, que lidera as negociações representando o Hezbollah. Uma autoridade libanesa confirmou que Beirute recebeu cópia de um rascunho de proposta baseado na resolução 1701.

Entre outras disposições, a resolução diz que apenas o exército libanês e as forças de paz da ONU devem operar no sul do Líbano, o que significa que o Hezbollah teria que se retirar de lá. Esse ponto do dispositivo nunca foi implementado.
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O Líbano acusa Israel de violar a resolução também ao manter o controle de uma pequena área de fronteira disputada e conduzir frequentes sobrevoos militares sobre o Líbano. A embaixada dos EUA se recusou a confirmar ou negar os relatos.

Ataque

Enquanto Larijani estava em Beirute, forças israelenses realizaram um novo ataque no extremo sudeste da cidade.

Imagens tiradas por um fotógrafo da Associated Press mostram um foguete prestes a atingir um prédio residencial de 11 andares no bairro de Tayouneh, em Beirute, e em seguida uma explosão na lateral do prédio. Grande parte do nível mais baixo do edifício foi reduzida a escombros.

Não há ainda relatos de vítimas. O exército israelense emitiu um aviso antes do ataque, dizendo que era uma instalação que pertencia ao Hezbollah.
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