Diversas casas na região de Kurakhove estão abandonadas e destruídasAFP
Publicado 16/11/2024 14:47 | Atualizado 16/11/2024 14:56
Ao longo da estrada que leva a Kurakhove, leste da Ucrânia, é possível observar casas fantasmas, destruídas por bombas, com verduras apodrecendo em jardins abandonados.

A região e seus vilarejos estão cercados atualmente por forças russas, que avançam para o norte, sul e leste, forçando a população a fugir de suas casas.

O Exército russo avança de maneira constante na região, que contém uma importante reserva de lítio e fica ao sul de Pokrovsk, uma cidade industrial e importante centro logístico para as forças ucranianas.

Esta é a região em que a Rússia conseguiu seu maior avanço desde o início de outubro, segundo uma análise da AFP baseada em dados do americano Instituto para o Estudo da Guerra (ISW).

'Salvem suas vidas'
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Na cidade vizinha de Andriivka, as barracas do pequeno mercado são tão escassas como o número de clientes, pois a maioria dos civis fugiu da região. "São os últimos pães, leve com você", afirma um vendedor a um cliente.

Apesar das bombas russas que "voam todos os dias", Anatolii ficou para atender os clientes na última loja de alimentos da região e para ajudar os idosos e deficientes das localidades vizinhas que ainda não foram levados para outras cidades: "Aqueles que não têm para onde ir, aqueles que não têm dinheiro ou parentes".

Mas quando cortarem a energia elétrica, o vendedor de 37 anos planeja se juntar à esposa e ao filho, que já abandonaram a cidade e"viram o suficiente em três anos de guerra" entre Rússia e Ucrânia.

As estradas da região estão cheias de micro-ônibus com a palavra "evacuação". Os telefones celulares recebem apelos de fuga: "Queridos habitantes da região de Donetsk: Salvem suas vidas e as de seus entes queridos! Saiam!", afirmam as mensagens.

Fedir Gjyvin, 69 anos, não planeja deixar a região. O pequeno local onde se abriga durante os ataques russos está repleto de legumes em frascos para suportar o inverno.

Para garantir o aquecimento, ele afirma que vai procurar uma mina da região para pegar carvão. Ele afirma que vai encontrar a filha, que mora 400 km ao oeste, caso as tropas terrestres russas alcancem a localidade.

"Mas eu tenho tempo", diz, apesar do anúncio da Rússia de que assumiu o controle de Voznesenk, a apenas 15 km de distância.
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