Porta-voz russa recebe ordem ao vivo para não comentar ataque à UcrâniaReprodução / X
Publicado 21/11/2024 14:20
A porta-voz russa Maria Zakharova recebeu uma ordem ao vivo, nesta quinta-feira (21), para não comentar o ataque da Rússia contra a Ucrânia com um míssil intercontinental. Durante coletiva de imprensa, ela parou para atender a um telefonema, por onde recebeu o veto. O áudio da ligação acabou sendo captado pelos microfones.
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"Masha", disse uma voz masculina no telefone dirigindo-se à porta-voz. "Sobre o ataque com míssil balístico sobre (a central de) 'Yuzhmash', do qual os ocidentais estão falando, nós não estamos comentando nada", indicou a voz em referência a um fabricante espacial localizado na cidade de Dnipro. "Sim, obrigada", respondeu Zakharova antes de retomar a coletiva.
Em comunicado, a Força Aérea ucraniana informou que "um míssil balístico intercontinental foi disparado da região russa de Astrakhan". A nota afirma que as forças russas lançaram vários tipos de mísseis contra infraestruturas críticas em Dnipro.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, indicou que há avaliações em andamento, mas que o disparo tinha "as características" de um míssil intercontinental. Ele também chamou a Rússia de "vizinho enlouquecido" que usa a Ucrânia como "campo de ensaio" militar.
O Kremlin recusou-se a comentar a acusação ucraniana. "Não tenho nada a dizer sobre o assunto", respondeu o porta-voz presidencial russo, Dmitri Peskov, à imprensa.
À AFP, uma fonte militar ucraniana disse que é a primeira vez que Moscou utiliza este tipo de arma desde a invasão da Ucrânia em 2022 e ainda acrescentou que é "óbvio" que o míssil, concebido para transportar ogivas convencionais e nucleares, não transportava carga nuclear. 
Um alto funcionário dos EUA disse, em declaração à AFP, que a Rússia lançou um míssil balístico "experimental" de médio alcance contra a Ucrânia, e não um míssil intercontinental. "A Rússia pode estar tentando usar esta capacidade para tentar intimidar a Ucrânia e os seus aliados... mas não será um ponto de virada neste conflito", disse o responsável.
*Com informações de AFP
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