Publicado 22/11/2024 16:58
A Ucrânia reconheceu nesta sexta-feira (22) que as tropas russas avançam rapidamente no leste do país, no dia seguinte ao lançamento de um novo míssil balístico hipersônico por Moscou e suas ameaças aos países ocidentais.
O presidente russo Vladimir Putin ordenou o início da produção em série do "Oreshnik", míssil de alcance médio (até 5.500 km) com capacidade nuclear. O chefe do Kremlin também ordenou a realização de mais "testes", "inclusive em condições de combate, dependendo da situação e da natureza das ameaças à segurança" da Rússia.
Putin confirmou na quinta-feira que, em resposta aos bombardeios ucranianos com mísseis ocidentais, a Rússia disparou seu novo projétil, sem carga nuclear, contra um local militar em Dnipro, no centro-leste da Ucrânia. O presidente russo alertou ainda que o conflito na Ucrânia havia assumido um "caráter mundial" e responsabilizou os países do Ocidente pela escalada, ameaçando atacar as nações que fornecem as armas que Kiev utiliza para atingir o território de seu país.
O presidente ucraniano Volodimir Zelensky pediu aos seus aliados o envio de novos sistemas de defesa antiaérea.
Os Estados Unidos autorizaram no domingo que a Ucrânia utilize suas armas para atacar o território russo, apesar das contínuas advertências de Moscou, que reforçou a ameaça nuclear.
Kiev já solicitava essa autorização há algum tempo, com o objetivo de atacar as bases de onde a Rússia bombardeia a Ucrânia. Seus aliados, contudo, haviam negado essa permissão, temendo uma reação de Moscou, que considerava isso uma linha vermelha na guerra iniciada com a invasão ao país vizinho em fevereiro de 2022.
Segundo meios de comunicação ocidentais, os Estados Unidos e o Reino Unido finalmente deram aval, em resposta ao envio de milhares de soldados norte-coreanos para apoiar as tropas russas.
Otan e Ucrânia realizarão na terça-feira, em Bruxelas, uma reunião para analisar a situação, durante a qual Kiev espera decisões "concretas" de seus aliados.
Rússia avança no leste
PublicidadeO presidente russo Vladimir Putin ordenou o início da produção em série do "Oreshnik", míssil de alcance médio (até 5.500 km) com capacidade nuclear. O chefe do Kremlin também ordenou a realização de mais "testes", "inclusive em condições de combate, dependendo da situação e da natureza das ameaças à segurança" da Rússia.
Putin confirmou na quinta-feira que, em resposta aos bombardeios ucranianos com mísseis ocidentais, a Rússia disparou seu novo projétil, sem carga nuclear, contra um local militar em Dnipro, no centro-leste da Ucrânia. O presidente russo alertou ainda que o conflito na Ucrânia havia assumido um "caráter mundial" e responsabilizou os países do Ocidente pela escalada, ameaçando atacar as nações que fornecem as armas que Kiev utiliza para atingir o território de seu país.
O presidente ucraniano Volodimir Zelensky pediu aos seus aliados o envio de novos sistemas de defesa antiaérea.
Os Estados Unidos autorizaram no domingo que a Ucrânia utilize suas armas para atacar o território russo, apesar das contínuas advertências de Moscou, que reforçou a ameaça nuclear.
Kiev já solicitava essa autorização há algum tempo, com o objetivo de atacar as bases de onde a Rússia bombardeia a Ucrânia. Seus aliados, contudo, haviam negado essa permissão, temendo uma reação de Moscou, que considerava isso uma linha vermelha na guerra iniciada com a invasão ao país vizinho em fevereiro de 2022.
Segundo meios de comunicação ocidentais, os Estados Unidos e o Reino Unido finalmente deram aval, em resposta ao envio de milhares de soldados norte-coreanos para apoiar as tropas russas.
Otan e Ucrânia realizarão na terça-feira, em Bruxelas, uma reunião para analisar a situação, durante a qual Kiev espera decisões "concretas" de seus aliados.
Rússia avança no leste
Uma fonte do Estado-Maior ucraniano reconheceu nesta sexta-feira que as tropas russas estavam avançando "200-300 metros por dia" perto de Kurakhove, uma importante cidade que pode ser tomada em breve no leste do país.
O Exército russo reivindicou nesta sexta a tomada de Novodmitrivka, ao norte de Kurakhove.
Os avanços russos ocorrem em um momento delicado para Kiev, que teme que o retorno de Donald Trump à Casa Branca em janeiro possa reduzir ou até cortar a ajuda militar dos Estados Unidos, vital para o seu Exército.
Perto de Pokrovsk, outra cidade que serve como um centro logístico importante para as forças ucranianas, a situação é mais favorável e "praticamente não mudou nos últimos dois meses", segundo a fonte militar.
Apesar dessa situação, o Exército ucraniano, que carece de soldados e equipamentos, não tem a intenção de se retirar da província russa de Kursk, onde ainda controla "cerca de 800 km²", acrescentou.
Temor de bombardeios em Kiev
O Parlamento ucraniano cancelou nesta sexta-feira sua sessão ordinária de perguntas ao Executivo devido ao crescente risco de um ataque russo com mísseis, disseram vários deputados.
Em Dnipro, que tinha cerca de 970.000 habitantes antes da guerra, moradores entrevistados nesta sexta-feira pela AFP ainda estavam chocados com o disparo do novo míssil russo, apesar de estarem acostumados com os bombardeios.
"Estamos sempre com medo, mas desta vez foi diferente", explicou Janna, de 49 anos, que trabalha em um mercado.
Ian Valetov, escritor, contou que ouviu um "forte rugido" e uma "série de explosões".
As autoridades ucranianas não relataram mortes neste ataque e não especificaram quais foram os danos. O bombardeio teria sido direcionado a uma fábrica do grupo PivdenMach, que produz componentes para mísseis.
Os jornalistas da AFP não puderam confirmar se esta fábrica foi atingida. Nesta sexta-feira, o prédio da empresa estava vazio.
Campanha ucraniana 'frustrada'
A Rússia afirmou nesta sexta-feira estar certa de que os Estados Unidos "entenderam" a mensagem de Putin.
"A principal mensagem é que as decisões e ações imprudentes dos países ocidentais que produzem mísseis, os fornecem à Ucrânia e depois participam de ataques em território russo não podem ficar sem reação por parte da Rússia", insistiu o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
Em Moscou, o discurso bélico de Putin pareceu ter inflamado o ânimo dos russos que apoiam o Kremlin.
"A Rússia superará tudo [...], ninguém poderá vencê-la", declarou entusiasmado Alexei Peshcherkin, um encanador de 57 anos, considerando que Putin "faz tudo muito bem".
O discurso do presidente "me fez sentir seguro", disse à AFP Aleksander Timofeyev, funcionário ferroviário de 72 anos.
Os países ocidentais classificaram o lançamento do míssil russo como uma perigosa "escalada" e condenaram a retórica "irresponsável" de Moscou sobre o uso de armas nucleares. A China pediu "moderação".
O ministro da Defesa russo, Andrei Belousov, celebrou ter frustrado "quase toda" a campanha militar ucraniana para 2024. Moscou "destruiu as melhores unidades" ucranianas e conseguiu avanços, que inclusive se "aceleraram" no terreno, acrescentou.
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