Publicado 27/11/2024 09:40
Milhares de libaneses deslocados pelos confrontos entre o Hezbollah e Israel começaram a voltar para suas casas nesta quarta-feira (27), graças a um cessar-fogo estabelecido após dois meses de guerra aberta.
A trégua, em vigor desde às 4h (23h de terça, no horário de Brasília), interrompeu um conflito que deixou milhares de mortos e 900 mil deslocados no Líbano, além de dezenas de milhares de deslocados no norte de Israel.
O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, afirmou nesta quarta-feira que o exército vai "reforçar a sua mobilização" no sul do país, no âmbito da implementação deste acordo.
Sem esperar a autorização dos militares, milhares de habitantes do sul do Líbano, da periferia sul de Beirute e do Vale do Bekaa, no leste, todos redutos do Hezbollah, iniciaram a sua viagem de retorno para casa, observaram correspondentes da AFP.
Nos subúrbios ao sul da capital, bombardeados até o início da manhã desta quarta-feira, militantes do Hezbollah circulavam de moto agitando bandeiras amarelas do partido e gritando palavras de ordem elogiando Hassan Nasrallah, o seu emblemático líder que morreu no final de setembro em um ataque israelense.
"Voltamos a este bairro heroico que venceu, estamos orgulhosos", disse à AFP Nizam Hamadé, engenheiro que pretendia inspecionar sua casa.
A estrada que leva ao sul do Líbano estava obstruída por veículos e vans lotadas, com motoristas cantando e buzinando.
"Nosso sentimento é indescritível. O Líbano venceu, o Estado venceu, o povo venceu", gritou um pai de família.
O Exército libanês pediu à população que "aguardasse" a saída das tropas israelenses "antes de voltar às aldeias e vilarejos na linha da frente".
As Forças Armadas israelenses, que emitiram um aviso semelhante, anunciaram que haviam disparado contra um veículo que se aproximava das suas posições, forçando-o a recuar.
'Nova página'
PublicidadeA trégua, em vigor desde às 4h (23h de terça, no horário de Brasília), interrompeu um conflito que deixou milhares de mortos e 900 mil deslocados no Líbano, além de dezenas de milhares de deslocados no norte de Israel.
O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, afirmou nesta quarta-feira que o exército vai "reforçar a sua mobilização" no sul do país, no âmbito da implementação deste acordo.
Sem esperar a autorização dos militares, milhares de habitantes do sul do Líbano, da periferia sul de Beirute e do Vale do Bekaa, no leste, todos redutos do Hezbollah, iniciaram a sua viagem de retorno para casa, observaram correspondentes da AFP.
Nos subúrbios ao sul da capital, bombardeados até o início da manhã desta quarta-feira, militantes do Hezbollah circulavam de moto agitando bandeiras amarelas do partido e gritando palavras de ordem elogiando Hassan Nasrallah, o seu emblemático líder que morreu no final de setembro em um ataque israelense.
"Voltamos a este bairro heroico que venceu, estamos orgulhosos", disse à AFP Nizam Hamadé, engenheiro que pretendia inspecionar sua casa.
A estrada que leva ao sul do Líbano estava obstruída por veículos e vans lotadas, com motoristas cantando e buzinando.
"Nosso sentimento é indescritível. O Líbano venceu, o Estado venceu, o povo venceu", gritou um pai de família.
O Exército libanês pediu à população que "aguardasse" a saída das tropas israelenses "antes de voltar às aldeias e vilarejos na linha da frente".
As Forças Armadas israelenses, que emitiram um aviso semelhante, anunciaram que haviam disparado contra um veículo que se aproximava das suas posições, forçando-o a recuar.
'Nova página'
As hostilidades começaram no dia seguinte ao ataque do Hamas que desencadeou a guerra em Gaza em 7 de outubro de 2023, quando o Hezbollah abriu uma frente contra Israel em apoio ao seu aliado palestino.
Depois de quase um ano de disparos transfronteiriços, Israel lançou uma campanha de bombardeios massivos contra o Hezbollah em 23 de setembro e enviou tropas terrestres para o sul do Líbano uma semana depois.
Segundo as autoridades libanesas, pelo menos 3.823 pessoas morreram no país devido a este conflito, a maioria delas desde setembro. Do lado israelense, 82 soldados e 47 civis morreram em 13 meses, segundo as autoridades do país.
O acordo forjado durante semanas entre os Estados Unidos e a França significa um "novo começo" para o Líbano, comemorou na terça-feira o presidente americano, Joe Biden.
O primeiro-ministro libanês disse esperar que este acordo abra "uma nova página" na história do país e que, no processo, seja eleito um presidente da República, cargo vago há mais de dois anos.
O plano acordado prevê uma retirada progressiva durante 60 dias dos combatentes do Hezbollah e das tropas israelenses do sul do Líbano, na fronteira com Israel, para permitir a mobilização do exército libanês, explicou o enviado americano Amos Hochstein.
Segundo Biden, o acordo visa levar ao cessar permanente das hostilidades entre ambos os lados.
Hamas, 'disposto' a uma trégua
Depois de quase um ano de disparos transfronteiriços, Israel lançou uma campanha de bombardeios massivos contra o Hezbollah em 23 de setembro e enviou tropas terrestres para o sul do Líbano uma semana depois.
Segundo as autoridades libanesas, pelo menos 3.823 pessoas morreram no país devido a este conflito, a maioria delas desde setembro. Do lado israelense, 82 soldados e 47 civis morreram em 13 meses, segundo as autoridades do país.
O acordo forjado durante semanas entre os Estados Unidos e a França significa um "novo começo" para o Líbano, comemorou na terça-feira o presidente americano, Joe Biden.
O primeiro-ministro libanês disse esperar que este acordo abra "uma nova página" na história do país e que, no processo, seja eleito um presidente da República, cargo vago há mais de dois anos.
O plano acordado prevê uma retirada progressiva durante 60 dias dos combatentes do Hezbollah e das tropas israelenses do sul do Líbano, na fronteira com Israel, para permitir a mobilização do exército libanês, explicou o enviado americano Amos Hochstein.
Segundo Biden, o acordo visa levar ao cessar permanente das hostilidades entre ambos os lados.
Hamas, 'disposto' a uma trégua
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que a duração da trégua dependerá "do que acontecer no Líbano".
"Manteremos total liberdade de ação militar" no Líbano "em pleno acordo com os Estados Unidos", alertou. "Se o Hezbollah violar o acordo e tentar se rearmar, atacaremos".
O grupo islamista, que permitiu ao presidente do Parlamento libanês, Nabih Berri, negociar em seu nome, não comentou o acordo.
O Irã, o principal apoio militar e financeiro do Hezbollah e do Hamas e arqui-inimigo de Israel, celebrou o "fim da agressão".
Um alto funcionário do Hamas também descreveu o acordo como "uma conquista importante" e disse à AFP que o movimento palestino "está pronto para um acordo de cessar-fogo e um acordo sério para a troca de prisioneiros".
O Ministério das Relações Exteriores do Catar também aplaudiu o pacto e expressou a sua "esperança de que leve a um acordo semelhante" em Gaza.
Mas depois de aprovar o acordo no seu gabinete, Netanyahu garantiu que a trégua permitirá a Israel concentrar-se nas tensões com o Irã e na guerra com o Hamas em Gaza, palco de contínuos bombardeios.
O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, reiterou que o "objetivo final" de Israel é conseguir a libertação dos reféns detidos pelo Hamas.
A guerra eclodiu após o ataque sem precedentes lançado pelo Hamas contra Israel que matou 1.207 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais, incluindo reféns mortos ou mantidos em cativeiro.
A ofensiva israelense de retaliação em Gaza deixou pelo menos 44.282 mortos, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do território, considerados confiáveis pela ONU.
"Manteremos total liberdade de ação militar" no Líbano "em pleno acordo com os Estados Unidos", alertou. "Se o Hezbollah violar o acordo e tentar se rearmar, atacaremos".
O grupo islamista, que permitiu ao presidente do Parlamento libanês, Nabih Berri, negociar em seu nome, não comentou o acordo.
O Irã, o principal apoio militar e financeiro do Hezbollah e do Hamas e arqui-inimigo de Israel, celebrou o "fim da agressão".
Um alto funcionário do Hamas também descreveu o acordo como "uma conquista importante" e disse à AFP que o movimento palestino "está pronto para um acordo de cessar-fogo e um acordo sério para a troca de prisioneiros".
O Ministério das Relações Exteriores do Catar também aplaudiu o pacto e expressou a sua "esperança de que leve a um acordo semelhante" em Gaza.
Mas depois de aprovar o acordo no seu gabinete, Netanyahu garantiu que a trégua permitirá a Israel concentrar-se nas tensões com o Irã e na guerra com o Hamas em Gaza, palco de contínuos bombardeios.
O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, reiterou que o "objetivo final" de Israel é conseguir a libertação dos reféns detidos pelo Hamas.
A guerra eclodiu após o ataque sem precedentes lançado pelo Hamas contra Israel que matou 1.207 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais, incluindo reféns mortos ou mantidos em cativeiro.
A ofensiva israelense de retaliação em Gaza deixou pelo menos 44.282 mortos, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do território, considerados confiáveis pela ONU.
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