Mulheres jovens se infectaram mais com a Aids do que homens da mesma faixa etáriaVinicius Marinho/Fiocruz
Publicado 30/11/2024 07:20 | Atualizado 30/11/2024 07:26
Sete em cada dez jovens entre 15 e 19 anos infectados pelo vírus da Aids em 2023 eram meninas, uma taxa que sobe para 9 a cada 10 na África Subsaariana, informou, nesta sexta-feira (29), o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef.
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Cerca de 96 mil meninas e 41 mil meninos entre 15 e 19 anos se infectaram com o vírus da imunodeficiência humana (HIV) em 2023, segundo a organização das Nações Unidas para a infância, que divulgou os dados às vésperas do Dia Mundial de Luta contra a Aids, celebrado em 1º de dezembro. A média de contágios diários subiu para 330 entre crianças de 0 a 14 anos.
Embora tenha havido uma "redução notável" de novas infecções na última década, houve 250 mil novos casos entre menores de 19 anos em 2023, elevando o número total de infectados para 2,4 milhões.
"As jovens adolescentes continuam a lutar para acessar serviços adequados de prevenção e apoio", afirmou a organização em um comunicado, alertando que, "se não forem tomadas medidas urgentes para abordar o impacto desproporcional do HIV nas adolescentes e mulheres jovens, especialmente na África Subsaariana, os progressos conquistados com tanto esforço na resposta ao HIV poderão ser perdidos".
"É preciso dar prioridade às crianças que vivem com HIV ao investir recursos e esforços para ampliar o tratamento para todos", disse Anurita Bains, Diretora Associada de HIV/AIDS do Unicef.
Ao contrário de 77% dos adultos portadores do vírus com acesso a antirretrovirais, apenas 57% das crianças com menos de 14 anos têm esse tratamento, e 65% dos adolescentes.
No ano passado, mais de 90 mil crianças e adolescentes morreram devido a causas relacionadas com a aids – cerca de 250 mortes diárias. Desses, 73% eram menores de 10 anos.
A África Subsaariana continua sendo a região mais afetada, embora a taxa de novas infecções por HIV na África Oriental e Meridional tenha diminuído 72% entre as crianças de 0 a 14 anos e 57% entre os jovens de 15 a 19 anos desde 2010, o que é considerado "um dos maiores avanços mundiais em saúde pública nas últimas décadas", segundo o Unicef.
No entanto, em 2023, foram registrados 74 mil novos casos entre jovens de 15 a 19 anos na África Oriental e Meridional, 18 mil na África Ocidental e Central, 8,9 mil na Ásia Meridional, 5,8 mil na Europa Oriental e Ásia Central, e 16 mil na Ásia Oriental e Pacífico.
América Latina e Caribe não registraram redução significativa na taxa de infecção por HIV entre adolescentes em pelo menos uma década, enquanto as novas infecções entre adolescentes aumentaram 70% no Oriente Médio e no Norte da África desde 2010.
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