Publicado 01/12/2024 21:53
A polícia da Geórgia utilizou gás lacrimogêneo e canhões de água neste domingo (1º), durante o quarto dia consecutivo de protestos pró-União Europeia, que reuniram dezenas de milhares de manifestantes, após o governo recusar a convocação de novas eleições, como exige a oposição.
A ex-república soviética realizou eleições legislativas em 26 de outubro. O partido no poder, Sonho Georgiano, declarou vitória, mas a oposição denunciou irregularidades e pediu a convocação de novas eleições, uma demanda apoiada pela presidente do país, Salome Zurabishvili, que possui poderes limitados.
"Claro que não", respondeu o primeiro-ministro, Irakli Kobakhidze, ao ser questionado por jornalistas sobre a possibilidade de o governo, acusado de adotar uma postura autoritária pró-Rússia, aceitar realizar novas eleições.
As manifestações eclodiram na capital Tbilisi e em outras cidades após Kobakhidze anunciar, na quinta-feira (28), que as negociações de adesão à União Europeia seriam adiadas para 2028. Ainda assim, o governo afirma que deseja que o país faça parte do bloco até 2030.
Os protestos foram reprimidos com gás lacrimogêneo e canhões de água, resultando em mais de 150 detidos e dezenas de policiais feridos, segundo a polícia. No entanto, a Associação Georgiana de Jovens Advogados estimou cerca de 200 detidos.
Em alguns casos, a polícia perseguiu manifestantes pelas ruas, agredindo-os e disparando balas de borracha.
Levan Khabeishvili, líder do partido opositor Movimento Nacional Unido, afirmou à imprensa que foi agredido por cerca de 15 policiais mascarados, que tentaram detê-lo antes que ele conseguisse escapar com a ajuda de outros manifestantes.
Novas eleições
PublicidadeA ex-república soviética realizou eleições legislativas em 26 de outubro. O partido no poder, Sonho Georgiano, declarou vitória, mas a oposição denunciou irregularidades e pediu a convocação de novas eleições, uma demanda apoiada pela presidente do país, Salome Zurabishvili, que possui poderes limitados.
"Claro que não", respondeu o primeiro-ministro, Irakli Kobakhidze, ao ser questionado por jornalistas sobre a possibilidade de o governo, acusado de adotar uma postura autoritária pró-Rússia, aceitar realizar novas eleições.
As manifestações eclodiram na capital Tbilisi e em outras cidades após Kobakhidze anunciar, na quinta-feira (28), que as negociações de adesão à União Europeia seriam adiadas para 2028. Ainda assim, o governo afirma que deseja que o país faça parte do bloco até 2030.
Os protestos foram reprimidos com gás lacrimogêneo e canhões de água, resultando em mais de 150 detidos e dezenas de policiais feridos, segundo a polícia. No entanto, a Associação Georgiana de Jovens Advogados estimou cerca de 200 detidos.
Em alguns casos, a polícia perseguiu manifestantes pelas ruas, agredindo-os e disparando balas de borracha.
Levan Khabeishvili, líder do partido opositor Movimento Nacional Unido, afirmou à imprensa que foi agredido por cerca de 15 policiais mascarados, que tentaram detê-lo antes que ele conseguisse escapar com a ajuda de outros manifestantes.
Novas eleições
Dezenas de milhares de pessoas se reuniram neste domingo em frente à sede do Parlamento, agitando bandeiras da União Europeia e da Geórgia, segundo observou a AFP.
Nesse contexto, a presidente Zurabishvili, pró-europeia, declarou que permanecerá no cargo "até que haja novas eleições", mesmo que seu mandato termine no final de dezembro.
"Até que haja novas eleições e que um Parlamento eleja um novo presidente segundo novas regras, meu mandato continuará", afirmou ela em entrevista exclusiva à AFP.
"A utilização de violência contra manifestantes pacíficos é claramente inaceitável, e o governo georgiano deve respeitar a vontade do povo da Geórgia", afirmou neste domingo Kaja Kallas, nova chefe da diplomacia europeia.
Kallas, que assumiu o cargo no domingo, acrescentou que a situação na Geórgia teria "claras consequências" para as relações com a União Europeia.
Paralelamente às manifestações, centenas de funcionários públicos e juízes emitiram declarações conjuntas em protesto, enquanto cerca de 160 diplomatas georgianos criticaram a decisão do governo, afirmando que ela viola a Constituição e conduz o país ao "isolamento internacional".
Nesse contexto, a presidente Zurabishvili, pró-europeia, declarou que permanecerá no cargo "até que haja novas eleições", mesmo que seu mandato termine no final de dezembro.
"Até que haja novas eleições e que um Parlamento eleja um novo presidente segundo novas regras, meu mandato continuará", afirmou ela em entrevista exclusiva à AFP.
"A utilização de violência contra manifestantes pacíficos é claramente inaceitável, e o governo georgiano deve respeitar a vontade do povo da Geórgia", afirmou neste domingo Kaja Kallas, nova chefe da diplomacia europeia.
Kallas, que assumiu o cargo no domingo, acrescentou que a situação na Geórgia teria "claras consequências" para as relações com a União Europeia.
Paralelamente às manifestações, centenas de funcionários públicos e juízes emitiram declarações conjuntas em protesto, enquanto cerca de 160 diplomatas georgianos criticaram a decisão do governo, afirmando que ela viola a Constituição e conduz o país ao "isolamento internacional".
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