Fotógrafo brasileiro Flávio Carrilho está desaparecido desde 26 de novembro, em Paris, na FrançaReprodução / Instagram
Publicado 02/12/2024 15:40 | Atualizado 02/12/2024 17:16
Rio - Em Paris, na França, desde o dia 1º de novembro para produzir as fotos de um casamento, o fotógrafo brasileiro Flávio de Castro Souza, que se apresenta como Flávio Carrilho nas redes sociais, de 36 anos, está desaparecido desde 26 de novembro na capital francesa, data em que foi visto pela última vez e que deveria retornar ao Brasil.
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De acordo com familiares e amigos de Flávio, o mineiro, que pegaria um voo na terça-feira (26) para o Brasil, chegou a fazer o check-in online um dia antes, mas não embarcou. Ao DIA, a Latam informou que não comenta informações sobre os passageiros.
No mesmo dia em que deveria retornar ao Brasil, Flávio teria sofrido um acidente e caído no Rio Sena na altura do Café Les Ondes, no 16° distrito da capital. Depois do acidente, ele deu entrada no hospital Georges Pompidou às 6h da manhã, de onde saiu consciente ao meio-dia.
Depois que saiu do hospital, Flávio foi até a agência que cuida do apartamento em que estava hospedado e, com as roupas ainda molhadas, pediu para estender o prazo do aluguel para mais um dia. Em seguida, o fotógrafo teria voltado ao apartamento para arrumar suas malas e, desde então, não teria tido contato com mais ninguém.
No dia seguinte, sem contato com Flávio, a família ligou insistentemente para o celular do fotógrafo, achado por um funcionário em um vaso de plantas do lado de fora de um restaurante chamado Café Les Ondes.
Amigo de Flávio, Rafael Basso, que mora em Paris, contou que todos os pertences do mineiro, incluindo suas malas fechadas e o passaporte, foram encontradas intactas no apartamento em que ele estava hospedado.
Em entrevista à Rádio França Internacional (RFI), neste domingo (1º), Rafa Basso falou que está em constante contato com a polícia francesa. "Não sei se é preconceito, mas a polícia só diz que ele estava bêbado. Então não sabemos se foi mesmo bebida e se ele estava sozinho ou não", diz o amigo do fotógrafo.
Nesta segunda-feira (2), Rafa Basso usou os Stories, do Instagram, para informar que levou os pertences de Flávio à polícia francesa, mas foi surpreendido ao saber que o caso havia sido encerrado na delegacia.
"Passa agora para um departamento especializado em desaparecimento de pessoas. São eles que vão ver uma necessidade ou não de abrir uma investigação e esse departamento quem tem acesso é a embaixada do Brasil", disse.
"A embaixada nos informou que tem trâmites legais que eles já estão acostumados a fazer. Então, só a embaixada do Brasil agora que consegue acioná-los e pressioná-los para fazer avançar isso aí. A gente está com as malas do Flávio e a gente quer abri-las, mas acho que só vamos abri-las, eu não me responsabilizo em abri-las sozinho, no consulado. Isso tem que ser um caso diplomático, insisto nisso. Só um movimento do Itamaraty com a polícia daqui que vai fazer avançar o caso", finalizou.
Pablo Araújo, outro amigo de Flávio que também mora em Paris, se revoltou com o descaso da polícia acerca dos pertences do fotógrafo. "Levamos o celular até a polícia, levamos o passaporte, as malas, que estão fechadas, tem código... informamos à polícia: 'ó, os objetos do Flávio estão aqui, o celular está aqui', e a polícia informou que foi passado para uma outra área especializada e não se interessaram pelos objetos do Flávio", iniciou
"Não se interessaram pelo celular, que pode ter alguma informação importante. Para mim, assim, de quem é a responsabilidade desses objetos? De uma pessoa que foi sinalizada que está desaparecida aqui em Paris. De quem é essa responsabilidade? O que fazer com esses objetos? Tem um celular, que pode ser algo importante a se olhar e ninguém se interessou. Então, o que fazer nesse caso?", finalizou nos Stories, do Instagram.
Procurado pelo DIA, o Itamaraty informou que "o Ministério das Relações Exteriores, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Paris, tem conhecimento do caso, está em contato com as autoridades locais e presta assistência consular aos familiares do nacional". Por meio de nota, o órgão ainda comentou que não fornece informações detalhadas sobre casos individuais de assistência a cidadãos brasileiros, em atendimento ao direito à privacidade.
Em seu perfil do Instagram, Flávio publicou uma sequência de 12 fotos na segunda-feira (25), um dia antes de desaparecer, sendo esta a última atividade do perfil.
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