Presidente da Venezuela, Nicolás MaduroAFP
Publicado 03/12/2024 15:28
O governo da Venezuela apresentou no Parlamento, nesta terça-feira (3), um projeto de orçamento para 2025 equivalente a 22,6 bilhões de dólares (R$ 137 bilhões), 10% maior que o deste ano, em meio a incertezas sobre possíveis novas sanções ante um terceiro mandato de Nicolás Maduro.
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Os Estados Unidos advertiram que podem voltar a aumentar a pressão após as denúncias de fraude nas eleições presidenciais de 28 de julho, nas quais Maduro foi proclamado vencedor para governar até 2031.
Ao apresentar o orçamento no Parlamento unicameral, controlado pelo chavismo governante, a vice-presidente Delcy Rodríguez disse que o aumento "reflete" a "resistência" da economia venezuelana "em condições de adversidade, em condições de asfixia econômica".
O orçamento anual já tinha saltado de 10,5 bilhões de dólares em 2023 (cerca de R$ 52 bilhões, em cotação da época) para 20,5 bilhões de dólares em 2024 (R$ 124 bilhões), após a flexibilização das sanções dos Estados Unidos contra a Venezuela, com permissões para transnacionais petroleiras, como a Chevron, operarem no país caribenho.
A Venezuela, que perdeu 80% de seu PIB com oito anos consecutivos de recessão entre 2014 e 2021, registrou um crescimento econômico de "8,5% do PIB nos primeiros três trimestres de 2024", segundo Rodríguez, citando dados do Banco Central.
"Estão destinados ao investimento social 77,6% (do orçamento)", acrescentou, sem entrar em detalhes.
O país viu sua produção de petróleo cru se recuperar, chegando a 980.000 barris diários (b/d) em outubro, segundo dados da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep), após ter tido uma queda abaixo dos 500.000 b/d.
No entanto, a produção ainda está longe dos 3 milhões b/d que este país colocava no mercado há 20 anos.
O governo atribui a crise - que levou mais de 7 milhões dos 30 milhões de habitantes da Venezuela a emigrar, segundo a ONU - às sanções, embora o colapso tenha começado muito antes destas restrições.
O congressista Mike Waltz, próximo assessor de Segurança Nacional do segundo mandato de Donald Trump na Casa Branca, impulsiona uma lei para reforçar as sanções, que foi aprovada na Câmara de Representantes, mas ainda deve passar pelo Senado americano.
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