Luigi Mangione foi preso suspeito de matar Brian Thompson, CEO da UnitedHealthcare, em Nova York, nos EUARedes Sociais / NYPD
Publicado 09/12/2024 20:49
Apontado como pessoa de "forte pessoa de interesse" no assassinato de Brian Thompson, CEO de uma gigante de seguros médicos, Luigi Mangione, de 26 anos, possui um currículo invejável. Apontado como aluno brilhante, ele é formado em computação por uma das universidades da Ivy League, consideradas as melhores dos EUA, e fez ensino médio em instituição de prestígio exclusiva para meninos. Nas redes sociais, expressou admiração por publicações de serial killer conhecido como "Unabomber".
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Em 2016, ele foi orador de sua turma do ensino médio da tradicional Gilman School, em Baltimore, uma das escolas particulares só para meninos mais elegantes da região. De acordo com sua página do Linkedin, Luigi concluiu o Bacharelado em Engenharia, Ciência da Computação e Informação em 2020. Ele também fez Mestrado em Engenharia, Ciência da Computação e Informação na mesma instituição da Ivy League, além de se especializar em Matemática. 
Após se formar, Mangione trabalhou como engenheiro de software para uma empresa de vendas de carros online, a TrueCar, de acordo com sua página na rede social. Seu endereço mais recente foi no Havaí, disseram autoridades do Departamento de Polícia de Nova York (NYPD) à "CNN".
Fontes disseram ao "New York Post" que Luigi Mangione teria um motivo particular para matar Brian Thompson, já que ele perdeu uma avó em 2013 e um avô em 2017. A família Mangione é dona da Lorien Health Systems, uma rede de casas de repouso para idosos em Maryland, onde que Luigi foi voluntário em 2014. De acordo com a imprensa americana, suas redes sociais dão a entender que ele se tornou um ativista anticapitalista e de mudanças climáticas.
Segundo o "NYP", no momento em que foi detido, o suspeito portava uma arma que usa balas de 9 mm, um silenciador, um passaporte dos EUA, quatro identidades falsas com nomes usados durante a passagem pela cidade de Nova York e um manifesto de duas páginas e meia, escrito à mão, que expressava "má vontade em relação às empresas americanas" e sua admiração por uma citação de Ted Kaczynski, o serial killer apelidado de "Unabomber".
Em um perfil do Goodreads, apontado como sendo de Luigi Mangione, ele também fez uma resenha de um texto de Ted Kaczynski. "É fácil rapidamente e irrefletidamente descartar isso como o manifesto de um lunático, a fim de evitar enfrentar alguns dos problemas desconfortáveis que ele identifica. Mas é simplesmente impossível ignorar o quão prescientes muitas de suas previsões sobre a sociedade moderna se revelaram. Ele era um indivíduo violento — preso com razão — que mutilou pessoas inocentes. Embora essas ações tendam a ser caracterizadas como as de um ludita louco, no entanto, elas são vistas com mais precisão como as de um revolucionário político extremo", escreveu.
Em sua análise, Mangione também compartilhou um comentário que outra pessoa havia feito sobre Kaczynski em um tópico do Reddit, citando um comentarista que descreveu seus atos como "guerra e revolução", dizendo que ele "teve a coragem de reconhecer que o protesto pacífico não nos levou a lugar nenhum" e que "'a violência nunca resolveu nada' é uma declaração proferida por covardes e predadores".
Ted Kaczynski foi um dos serial killers mais famosos dos Estados Unidos. Em meados dos anos 1990, ele ficou conhecido por matar e ferir diversas pessoas ao enviar bombas pelos correios, o que gerou o apelido de "Unabomber". Kaczynski foi preso em 1996 e encontrado morto em sua cela da prisão em 2023.
No total, o perfil de Mangione no Goodreads publicou uma lista como alguém que leu ou queria ler quase 300 livros, incluindo um sobre doenças mentais, uma biografia do criador da bomba atômica e o popular livro de Michael Pollan sobre a ciência dos psicodélicos.

Na mesma rede social, ele relatou ter lido ou querer ler uma série de livros sobre como lidar com dores crônicas nas costas. Uma conta no X, antigo Tritter, que parece pertencer a ele, apresenta uma foto de capa do que parece ser uma imagem de raio-X de uma coluna com placas e parafusos característicos de cirurgia ortopédica.
No X, alguns tweets antigos de amigos, endereçados a Mangione, dão a entender que ele está sumido de seu círculo social há algum tempo. "Não tenho notícias suas há meses", escreveu um perfil em julho. "Ei, você está bem? Ninguém tem notícias suas há meses, e aparentemente sua família está procurando por você", publicou outro três meses depois.
Luigi Mangione foi preso nesta segunda-feira (9), no estado da Pensilvânia, informaram a polícia e a prefeitura de Altoona. O suspeito foi visto em um restaurante McDonald's na cidade por um cliente, que alertou as autoridades, informou o jornal "The New York Times".
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