Bares de todo o país sofrem com a mesma escassez Pixabay
Publicado 16/12/2024 08:56
Em seu pub de Londres, Kate Davidson criou cartões de racionamento de Guiness ante a escassez no Reino Unido da conhecida cerveja preta irlandesa. Bares de todo o país sofrem com o mesmo problema desde que a Diageo, proprietária da Guinness, anunciou este mês que enfrentava uma "demanda excepcional dos consumidores".
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"Estou um pouco impactada porque é Natal", comentou Davidson, co-proprietária do The Old Ivy House, onde um copo de Guinness colocado de cabeça para baixo avisa que seus barris estão vazios.
"Não esperava que se esgotasse nessa época do ano", comentou à AFP a comerciante de 42 anos no bar do centro de Londres.
Vários fatores explicam as dificuldades de fornecimento.
A diretora-executiva da Diageo, Debra Crew, disse meses atrás que o consumo de Guinness havia aumentado 24% entre as mulheres, com uma estratégia comercial que busca atrair novos consumidores.
Entre a geração Z, o interesse na cerveja preta se deu por causa dos chamados "Guinnfluencers", como Kim Kardashian, que publicou uma foto sua com a cerveja no Instagram.
A Diageo começou a restringir a quantidade de barris de Guinness que os pubs britânicos podem comprar devido ao aumento nas vendas.
A bebida escura e cremosa, tradicionalmente consumida por fãs de rúgbi e homens barbudos de meia idade, se tornou popular entre mulheres jovens.
Davidson percebeu que havia um problema na segunda-feira, quando tentou fazer seu pedido semanal normal de sete ou oito barris, mas foi informado de que só poderia comprar quatro.
"A cervejaria confirmou que a Diageo estava racionando, então eles racionaram (para nós)", explicou.
Davidson e seu sócio criaram um cartão de racionamento que exige que os clientes comprem mais duas bebidas antes de poderem comprar uma Guinness.
É assim que eles lidam com "esses tempos difíceis de racionamento de Guinness".
"Na verdade, é um pouco divertido", comentou Davidson. "Ninguém vai embora", disse ela.
Apesar da medida, os barris de Guiness estavam vazios na noite de sexta-feira e os clientes terão que esperar até quarta para saborear a bebida.
"É um pouco triste", admitiu Claudia Russo, uma tatuadora de 39 anos e amante de Guinness, que desta vez optou por um Bloody Mary.
As vendas da Guinness no Reino Unido aumentaram 21% entre julho e outubro, apesar do declínio geral no mercado de cerveja, de acordo com a empresa de pesquisa de mercado de alimentos e bebidas CGA by NIQ.
"No último mês, tivemos uma demanda excepcional dos consumidores pela Guinness no Reino Unido", disse um porta-voz da Diageo à AFP em um comunicado.
"Maximizamos o fornecimento e estamos trabalhando ativamente com nossos clientes para gerenciar a distribuição, para vender da forma mais eficiente possível", acrescentou.
Shaun Jenkinson, diretor de operações da rede de pubs irlandeses Katie O'Brien's, disse à AFP que só recebeu "cerca de 70% do que era necessário para atender aos pedidos".
Os fornecedores alertaram várias vezes que "não conseguiriam atender aos pedidos antes do Natal".
O Times informou este mês que a escassez está causando "compras em pânico", complicando ainda mais o fornecimento.
"Se os jovens pararem de beber Guinness, esse problema acabará", disse o escritor Howard Thomas, 79 anos, no Old Ivy House.
"Deixe isso para os idosos", propôs ele.
 
 
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