Publicado 17/12/2024 19:51
O presidente da Argentina, Javier Milei, classificou o governante venezuelano, Nicolás Maduro, de "ditador criminoso" em um discurso nesta terça-feira (17), no qual denunciou o "sequestro ilegal" de um gendarme argentino, detido quando entrava na Venezuela vindo da Colômbia há mais de uma semana.
PublicidadeNahuel Gallo, primeiro-cabo da Gendarmeria Nacional Argentina (GNA), de 33 anos, "foi detido pelas forças de segurança comandadas pelo ditador criminoso Nicolás Maduro pelo único crime de visitar sua companheira e seu filho", disse Milei, ao se referir ao "sequestro ilegal" do gendarme durante seu discurso na cerimônia de formatura do Colégio Militar.
"Exigimos sua libertação imediata e esgotaremos todas as vias diplomáticas para devolvê-lo são e salvo à Argentina", acrescentou.
Mais cedo, a ministra de Segurança argentina Patricia Bullrich havia classificado a prisão de Gallo como "um ato quase de guerra", depois que Caracas confirmou a prisão do militar por supostamente ter ido "cumprir uma missão".
"Nós consideramos isso como um ato quase de guerra, porque capturaram uma pessoa dizendo que era um espião, quando, na verdade, era um cidadão que foi visitar sua família", disse Bullrich à emissora local Radio Rivadavia.
Por sua vez, o chanceler argentino, Gerardo Werthein, disse à emissora Radio Mitre que "sequestrar ilicitamente um cidadão argentino que foi visitar sua família ultrapassa todos os limites".
Na sexta-feira passada, a chancelaria argentina anunciou que o primeiro-cabo da gendarmeria tinha sido detido na Venezuela após ingressar no país vindo da Colômbia para visitar sua companheira e o filho do casal, que faz dois anos em janeiro.
A mulher, María Gómez, disse à imprensa local que está em Puerto La Cruz (leste da Venezuela) com o menino "por razões pessoais" há sete meses e que se comunicou com Gallo pela última vez em 8 de dezembro. "Estamos todos angustiados", declarou ela à rádio na segunda-feira.
O ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, reconheceu ontem que o gendarme tinha sido preso, sem fornecer detalhes. "O que ele veio fazer na Venezuela? [...] Veio para cumprir uma missão", afirmou em entrevista coletiva.
Werthein também denunciou que a embaixada argentina em Caracas tem "franco-atiradores em frente", todas as ruas bloqueadas e "dificuldades para alimentar estes senhores que estão asilados" desde março na sede diplomática, em referência aos seis colaboradores da líder opositora venezuelana María Corina Machado.
Na sexta-feira passada, a chancelaria argentina também condenou a "detenção arbitrária e injustificada" de um funcionário local da embaixada argentina em Caracas, a quem Bullrich identificou como um motorista que entrava e saía do edifício.
O governo argentino recomendou no sábado a seus cidadãos evitar ou adiar suas viagens à Venezuela.
A embaixada argentina está sob custódia do Brasil desde 1º de agosto, depois que a Venezuela rompeu relações com o país sul-americano por sua posição sobre as questionadas eleições de 28 de julho nas quais Nicolás Maduro foi proclamado presidente reeleito em meio a denúncias de fraude.
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