ESA realizará atualizações diárias sobre o asteroide 2024 YR4Divulgação / ESA
Publicado 06/02/2025 15:05
A Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) estima que asteroide 2024 YR4, com diâmetro entre 40 e 90 metros, tenha 1,8% de probabilidade de colidir com a Terra em 2032. Já a NASA calcula chance de 1,9%, uma vez que cálculos periódicos façam com que esse número flutue nas próximas semanas. No entanto, ambas estatísticas apontam para o aumento de chance de colisão. Até o momento, a estimativa era de 1,2%.
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O Centro de Coordenação de Objetos Próximos à Terra da ESA informou, nesta quinta-feira, 6, que realizará atualizações diárias sobre o asteroide, que lidera lista de corpos possivelmente nocivos para os terráqueos. Os dados serão constantemente atualizados com as observações feitas por telescópios na Terra e no espaço. 

A ESA afirma que o asteroide tem um diâmetro entre 40 e 90 metros e uma probabilidade de impacto em 2032. "Isso o classifica como um evento que merece a atenção dos astrônomos, o que desencadeou intensa atividade de observação na comunidade de defesa planetária."

O 2024 YR4 é classificado como nível 3 na Escala de Turim, que mede a ameaça apresentada por asteroides de zero a dez. A agência europeia lembra do caso do Apophis, uma rocha espacial de 375 metros que, em 2004, alcançou o nível 4. Sua probabilidade de impacto chegou a 3%, a mais alta já registrada para um asteroide de tamanho significativo. Porém, a análise de dados anteriores a 2004 esclareceu depois que não havia possibilidade de impacto.

O corpo foi descoberto em dezembro de 2024 pelo observatório ATLAS, no Chile. Ele é pequeno para causar uma catástrofe global, mas poderia destruir uma cidade caso caísse em uma área populosa. Grande parte de seu impacto dependeria de fatores ainda desconhecidos, como sua composição e o ângulo de entrada na atmosfera terrestre.

O Centro de Estudos de Objetos Próximos à Terra da NASA declarou: "Apesar da baixa probabilidade de impacto do asteroide 2024 YR4, caso ocorra, ele poderia atingir uma faixa que abrange o leste do Oceano Pacífico, o norte da América do Sul, o Oceano Atlântico, a África, o Mar Arábico e o sul da Ásia". A agência espacial americana elaborou um gráfico representando a incerteza atual da trajetória do asteroide com um triângulo. Apenas 1,6% da superfície desse polígono corresponderia a impacto na Terra.
A Rede Internacional de Alerta de Asteroides e o Grupo Consultivo de Missões Espaciais (SMPAG, na sigla em inglês), equipes especializadas da ONU, estudam a trajetória do corpo. O SMPAG se reuniu virtualmente em 31 de janeiro para analisar a "pequeníssima possibilidade de impacto do asteroide 2024 YR4 em dezembro de 2032", segundo um comunicado do órgão. Esse grupo é ativado quando há uma probabilidade de impacto superior a 1% e o corpo tem mais de 50 metros de diâmetro. "A conclusão é que ainda é cedo para tomar qualquer medida. No entanto, o SMPAG continuará monitorando a evolução dessa ameaça e os dados sobre o tamanho desse corpo", afirmou o organismo.

A órbita do 2024 YR4 ao redor do Sol descreve uma ampla elipse. Atualmente, o corpo está se afastando da Terra quase em linha reta, o que dificulta o estudo de sua trajetória curva com o passar do tempo. Nos próximos meses, o asteroide começará a desaparecer da vista da Terra. Durante esse período, a ESA coordenará observações usando telescópios cada vez mais potentes, culminando com o uso do Telescópio Europeu Extremamente Grande (E-ELT, na silha em inglês) , no Chile, para coletar a maior quantidade possível de dados.

É possível que o asteroide 2024 YR4 desapareça da vista antes que se possa descartar completamente qualquer possibilidade de impacto em 2032. Nesse caso, é provável que ele permaneça na lista de risco da ESA até que volte a ser observável em 2028, explicou a agência em um comunicado.
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