Abraham enfrentou ameaças de morte após discurso de agradecimento no Festival de Berlim - Reprodução
Abraham enfrentou ameaças de morte após discurso de agradecimento no Festival de BerlimReprodução
Publicado 24/03/2025 17:26 | Atualizado 24/03/2025 17:47
Yuval Abraham, vencedor do Oscar de Melhor Documentário por 'No Other Land' ('Sem Chão', no título em português), denunciou que o codiretor do filme, Hamdan Ballal, foi espancado por colonos israelenses. Em seu perfil no X (antigo Twitter), o cineasta informou que Ballal sofreu ferimentos na cabeça e no estômago.

Abraham também alegou que soldados israelenses sequestraram Ballal dentro da ambulância em que ele estava sendo transportado, e desde então não há mais notícias sobre o codiretor. "Um grupo de colonos atacou a casa de Hamdan Bilal" escreveu Yuval. "Eles o espancaram na cabeça e por todo o corpo. Enquanto estava ferido e sangrando, soldados entraram na ambulância que ele havia chamado e o prenderam. Desde então, desapareceu."

Ele também publicou um vídeo, mostrando um suposto ataque de colonos a ativistas, no qual um homem mascarado ameaça as pessoas e joga pedras.
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Outro diretor do documentário, Basel Adra, relata estar ao lado do filho de 7 anos de Ballal, próximo ao sangue deixado por ele após o linchamento pelos colonos. "É assim que eles apagam Masafer Yatta", comenta Adra.

A região de Masafer Yatta, na Cisjordânia, é constantemente ameaçada por autoridades israelenses, que a consideram uma zona de treinamento militar, implementando uma política de expulsão forçada dos moradores palestinos para dar lugar à expansão de assentamentos israelenses.

'No Other Land' aborda a erradicação de vilarejos palestinos nessa área. Além do Oscar, o filme conquistou o prêmio de Melhor Documentário no Festival de Berlim. Recentemente, o longa foi alvo de censura na Flórida (EUA), com o prefeito de Miami ameaçando fechar um cinema que exibiu a produção.

Abraham também enfrentou ameaças de morte após seu discurso de agradecimento no Festival de Berlim, onde denunciou a "situação de apartheid" e pediu um cessar-fogo em Gaza. Sua fala gerou controvérsia, com vários políticos alemães acusando-o de antissemitismo.
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