Primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, durante reunião de emergência nesta quarta-feiraAFP
Publicado 10/09/2025 07:21
Varsóvia e seus aliados denunciaram nesta quarta-feira (10) como uma "provocação sem precedentes" a incursão de drones russos no espaço aéreo da Polônia, o que obrigou a Otan a mobilizar suas defesas antiaéreas.

Nem os drones, disparados durante um ataque russo à Ucrânia, nem a derrubada dos aparelhos pelas forças polonesas e da Otan provocaram vítimas, afirmou o primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk.

As autoridades da Polônia, país membro da UE e da Otan e apoio crucial da Ucrânia desde o início da invasão russa em 2022, afirmaram ter identificado em seu espaço aéreo mais de 10 "objetos hostis" na madrugada de quarta-feira.

"Dezenove violações do espaço aéreo foram identificadas e rastreadas com precisão... no momento temos a confirmação de que três drones foram abatidos", declarou Tusk no Parlamento, antes de destacar que o balanço é provisório.

"Muitos drones entraram no espaço aéreo polonês durante a noite e encontraram as defesas aéreas polonesas e da Otan", afirmou a porta-voz da Organização do Tratado do Atlântico Norte, Allison Hart, na rede social X.

O Exército polonês agradeceu à aviação dos Países Baixos, outra nação integrante da Otan, por seu "apoio". O governo holandês confirmou ter participado com aviões F-35 na operação que derrubou os drones russos na Polônia.

Varsóvia também pediu à Otan para ativar o artigo 4 do tratado fundador da Aliança, que estabelece que os países membros realizarão consultas quando, no julgamento de qualquer um deles, "a integridade territorial, a independência política ou a segurança de qualquer das partes for ameaçada".

O Ministério das Relações Exteriores da Polônia convocou o encarregado de negócios russo, Andrei Ordash. O diplomata declarou à agência de notícias RIA Novosti que Varsóvia ainda não apresentou evidências de que os drones abatidos procediam da Rússia.

Exercícios militares
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O centro de comando das Forças Armadas da Polônia anunciou durante a madrugada que o espaço aéreo do país "foi violado repetidamente por drones durante o ataque efetuado pela Federação Russa contra alvos situados em território ucraniano".

O incidente paralisou durante várias horas o aeroporto Chopin de Varsóvia, e outros três de menor porte.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, disse que o que aconteceu na Polônia foi "deliberado". Segundo ele, ao menos oito drones russos "se dirigiram à Polônia". Ao mesmo tempo, Moscou disparou 458 drones e mísseis contra a Ucrânia, segundo o Exército de Kiev.
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