Publicado 19/03/2023 12:25 | Atualizado 19/03/2023 12:27
Rio - Cridemar Aquino, ator negro, dançarino, produtor e agitador cultural, ativistas dos direitos humanos, periférico, pesquisador da arte e cultura popular de matriz africana, depois de 25 anos de carreira, está indicado pela primeira vez ao Prêmio Shell de Teatro, na categoria ator pela atuação no espetáculo que traz a história do carnaval de Nilópolis, “Joãosinho e Laíla – Ratos e Urubus, Larguem Minha Fantasia”, texto de Márcia Santos e direção de Édio Nunes, inspirado na vida dos ícones carnavalescos da agremiação nilopolitana.
O espetáculo também conta com outra indicação ao Prêmio na categoria de melhor ator, o ator Milton Filho que também é negro. A cerimônia de anúncio dos vencedores acontecerá na próxima terça-feira (21/03), no Teatro Riachuelo, no Rio de Janeiro.
"Joãosinho e Laíla – Ratos e Urubus, Larguem Minha Fantasia" é uma ficção livremente inspirada no recorte temporal do processo de criação para o desfile “Ratos e urubus” do GRES Beija Flor de Nilópolis de 1989 e os acontecimentos decorrentes deste desfile, sempre buscando jogar luz nos conflitos gerados pelos grandes artistas da escola naquele momento, o grande carnavalesco João Trinta e o Mestre Laíla, apresentando as diferentes visões de mundo e de vida de cada um desses grandes artistas.
“Foi especial interpretar o mestre Laíla, principalmente após o período da pandemia em que eu fiquei quase trinta dias internado no CTI com Covid, o espetáculo ajudou muito na minha recuperação”, diz Cridemar.
Cridemar Aquino tem 26 anos de trajetória artística. Começou no teatro aos 17 anos no Ciep 175 José Lins do Rego, o antigo “Segundo Grau" hoje conhecido também como Ensino Médio, lá em sua cidade em São João de Meriti, na Baixada Fluminense do Rio de Janeiro. Depois, ingressou na Escola de Teatro Martins Pena na capital, a mais antiga instituição de ensino teatral do Brasil. Em 2000, tornou-se um dos atores e fundadores da Cia. Dos Comuns, companhia de teatro formada apenas por atrizes e atores negros, que ganhou grande destaque na cena carioca e brasileira chegando a fazer apresentações no 3° Festival Internacional de Arte Negra, na cidade de Dakar, no Senegal, em 2010. Cridemar também já se apresentou algumas vezes no Teatro Municipal do Rio de Janeiro e fez turnês com espetáculos por quase todas as capitais brasileiras, sem falar nas turnês de Teatro na China e no Japão.
Cridemar Aquino tem 26 anos de trajetória artística. Começou no teatro aos 17 anos no Ciep 175 José Lins do Rego, o antigo “Segundo Grau" hoje conhecido também como Ensino Médio, lá em sua cidade em São João de Meriti, na Baixada Fluminense do Rio de Janeiro. Depois, ingressou na Escola de Teatro Martins Pena na capital, a mais antiga instituição de ensino teatral do Brasil. Em 2000, tornou-se um dos atores e fundadores da Cia. Dos Comuns, companhia de teatro formada apenas por atrizes e atores negros, que ganhou grande destaque na cena carioca e brasileira chegando a fazer apresentações no 3° Festival Internacional de Arte Negra, na cidade de Dakar, no Senegal, em 2010. Cridemar também já se apresentou algumas vezes no Teatro Municipal do Rio de Janeiro e fez turnês com espetáculos por quase todas as capitais brasileiras, sem falar nas turnês de Teatro na China e no Japão.
“Minha relação com o teatro Negro vai para além da arte. É um compromisso político, ideológico e ancestral com o meu fazer artístico. Eu preciso falar de questões que são pertinentes à comunidade negra, este é dos meus principais compromissos", enfatiza.
Cridemar trabalhou com grandes nomes do teatro brasileiro, foi dirigido por Márcio Vieira, Iléa Ferraz, Hilton Cobra, Márcio Meirelles, Ana Teixeira e o grande João das Neves, entre outros. Participou de muitos Festivais Internacionais de Teatro pelo Brasil, e teve alguns espetáculos premiados, inclusive pelo Prêmio Shell de Teatro como “Candaces – A Reconstrução do Fogo" em 2003, “Besouro - Cordão de Ouro” em 2006, "Salina - A Última Vértebra" em 2017 e “Oboró – Masculinidades Negras” em 2019.
“Tive a sorte de trabalhar com artistas incríveis que me ajudaram a construir o artista que eu sou hoje. Tenho muita gratidão por isso”.
O ator iniciou os trabalhos no audiovisual em 2012 com a série de TV “Suburbia”, direção de Luiz Fernando Carvalho. Depois disso, fez várias participações em novelas e filmes e seus últimos trabalhos em TV foram nas novela das 19hs na Rede Globo, “Quanto Mais Vida Melhor” , como o Delegado Nunes e, atualmente, está no ar na novela global “Vai na Fé” onde interpreta o personagem Gonzaga, nos flashbacks, que é o pai da protagonista interpretada pela atriz Sheron Menezzes.
“Sou um artista provocativo, interrogativo e inquieto, isso me ajuda muito a não me acostumar com a minha zona de conforto, por isso acho que o audiovisual é um grande desafio na minha carreira, e outra coisa: precisamos empretecer o audiovisual brasileiro, já tá mais di que na hora”, destaca.
PRÊMIO SHELL
O Prêmio Shell em 33 edições aqui no Rio de Janeiro só premiou um artista negro na categoria de melhor ator, Milton Gonçalves em 2004. Este ano, excepcionalmente, existem quatro atores negros indicados na categoria de melhor ator e Cridemar Aquino poderá ser o segundo ator a receber esta honraria, quase 20 anos depois do grande Milton Gonçalves.
“Vou ficar muito feliz se receber o Prêmio Shell de melhor ator, acho que seria o reconhecimento de algo que já venho fazendo e construindo na minha carreira durante esses vinte e poucos anos. Seria a coroação da minha persistência em continuar acreditando que também poderia ser um grande artista. Estou na torcida por isso", finaliza.
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