A cantora de rap Medusza será uma das atrações no primeiro dia do festivalDivulgação
Publicado 17/05/2024 23:18 | Atualizado 17/05/2024 23:20
Nilópolis - O Parque Sara Areal, no bairro Nova Cidade, em Nilópolis, será palco da primeira edição do Festival Caminhos da Negritude - Edição BXD, na próxima semana, de 20 a 26 de maio. Idealizado pelos produtores Vinicius Rodrigues e Aldo Henrique, com apoio da Prefeitura de Nilópolis, o evento é totalmente gratuito e conta com shows, performances, palestras, oficinas e feira criativa, distribuídos ao longo de sete dias. Os ingressos já estão disponíveis no site: https://www.sympla.com.br/evento/festival-caminhos-da-negritude/2468729 .
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Caminhos da Negritude tem como proposta celebrar a cultura afro-brasileira e fomentar diálogos sobre cultura, território, economia criativa e protagonismo negro, reunindo artistas, pesquisadores, ativistas e empreendedores na semana em que é comemorado o Dia da África (25 de maio), data da fundação da Organização da Unidade Africana, hoje conhecida como União Africana, instituído como uma data de luta contra a colonização europeia.

Em sua estreia, o festival também celebra o legado afro-brasileiro presente na Baixada Fluminense, realizando uma edição dedicada à região, e tendo em Nilópolis sua anfitriã. "Foi uma grande oportunidade que recebemos de produzir dentro do nosso território um evento que contribua para discussões, ações e políticas de enfrentamento ao racismo e de valorização à cultura afro-brasileira e à diversidade", explica o diretor geral do festival e morador da cidade, Vinni Rodrigues.
O Parque Sara Areal, no bairro Nova Cidade, será palco da primeira edição do Festival Caminhos da Negritude - Edição BXD, de 20 a 26 de maio - Divulgação
O Parque Sara Areal, no bairro Nova Cidade, será palco da primeira edição do Festival Caminhos da Negritude - Edição BXD, de 20 a 26 de maioDivulgação


O festival começa na segunda-feira (20), às 10h, com a Cia de dança Lxmcompany, seguida pela palestra: "Todos os caminhos levam a Mãe África - História da herança africana no Brasil" com o professor Dr. Nielson Bezerra, pesquisador do Museu Vivo de São Bento e criador do grupo de pesquisa A Cor da Baixada. A abertura do festival também recebe o músico Vino Cachorrão, figura histórica e importante referência da cultura nilopolitana; as oficinas "Colagem Afro-Surrealista" com Andressa Cristina, e "Escrevivendo solaridades" com Jéssica Sodré; e a performance musical da artista Medusa.

No terça-feira (21), um dos principais nomes do afrofuturismo contemporâneo brasileiro, Lu Ain-Zaila, abre a programação com a palestra "Nossa história em páginas: a figura negra na literatura". À tarde, o premiado ator e produtor Leandro Santanna palestra sobre o tema "'Estamos na tela, na telinha, nos palcos!': A representatividade negra no teatro, TV e Cinema". No mesmo dia também acontecem a oficina Máscaras Africanas com Larissa Morais e a performance teatral "Vanessa" de Karla Muniz.
O público também vai curtir muita música, com grupo Os DofonosDivulgação


O terceiro dia de festival tem início um pouco mais tarde, às 13h, com uma sequência de oficinas: "Memória em Movimento: Performances Afro-Brasileiras", com Rafael Côbo; "Corpo Brincante", com Pamella Almeida; e "Afro-surrealismo na construção de narrativas periféricas" com Misael Gonçalo. No mesmo dia, a cantora e produtora Lolly Amâncio comanda a palestra "Essa é minha voz!": O que busca o artista negro na música?". O músico Condoreiro, de Itaguaí, encerra a programação. Seu trabalho é inspirado no Condoreirismo, movimento qe utilizou a produção literária como instrumento de denúncias às injustiças sociais, sobretudo a escravidão.

No quinta-feira (23), a programação começa às 10h com a palestra: "Para além das fábricas: Mercado de trabalho para além do racismo - Letramento racial", com a educadora social Cleide Mello. E a partir das 13h, será a vez das oficinas "Brincos Afros" com Angela Nascimento, "Bonecas Abayomi" com Cláudia Pinho e "Tecendo redes - Marketing digital" com Rafaelle Vieira; encerrando, a performance de dança com o Estúdio Art'Dance e a performance moda e beleza afro Ya Massemba, de Luiz Henriques.
A abertura do festival também recebe o músico Vino Cachorrão, figura histórica e importante referência da cultura nilopolitanaDivulgação


E no dia 24 de maio, sexta-feira, às 10h, o festival recebe o Babalawo Ivanir dos Santos, autoridade em estudos sobre religiões de matrizes africanas e ativismo social no Brasil para a palaestra "O axé que há em mim: matrizes afro brasileiras, religiosidade e combate a intolerância". Na sequência, as oficinas "Pintura em tela" com Glaucia Augusto, "As armas dos grandes guerreiros da África" com Vagner Santos, e "Danças Negras" com Bruno Alarcon. A premiada cia de dança do ventre e afrofusões Resistência Bellyblack encerra a programação.

Já no final de semana, a programação do festival também aposta na Feira de Economia Criativa e Empreendedorismo Negro, contemplando uma vasta exposição de produtos de moda, design, artesanato e artes de empreendedores locais.
Na sexta (24), o festival recebe o Babalawo Ivanir dos Santos, autoridade em estudos sobre religiões de matrizes africanas e ativismo social no BrasilDivulgação


No sábado (25), o professor Moisés Machado inicia a programação com a palestra "A escola também é meu lugar!: Como construir uma educação antirracista?". Na sequência, a psicóloga Débora Bonfim apresenta o tema "Somos todos lindos!: A Moda e beleza negras atualmente". Elaine Rosa, criadora da Feira Crespa, encerra o time de palestrantes, no domingo (26), apresentando o tema "Carregando o conhecimento ancestral: O empreendedorismo negro como protagonista de sua história".

O público também vai curtir muita música, com grupo Os Dofonos, grupo Crioula; e Walle-B, no sábado. E no domingo, Paula Black, Laizz e Capelloni encerram o evento.
O FESTIVAL
O Festival Caminhos da Negritude - Edição BXD foi aprovado no Edital Diversidade em Diálogo com nota máxima, realizado pela Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro. A inspiração para o evento surgiu de um trabalho de pós-graduação do produtor Aldo Henrique, também curador do festival. E há três anos vem sendo desenvolvida em parceria com o amigo Vinni Rodrigues. "Veio a partir da minha tese, desenvolvida durante a pós-graduação em Gestão Estratégica de Eventos na Universidade Veiga de Almeida. Queria desenvolver um projeto que colaborasse com o debate sobre a questão da negritude no Rio de Janeiro", conta Henrique.

O Parque Sara Areal está localizado na Rua Gonçalves Dias, s/n, bairro Nova Cidade, em Nilópolis.
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