NITERÓI - O guarda municipal André Luis da Cunha Taranto, de 40 anos, foi um dos convidados especiais da comemoração do primeiro aniversário da pequena niteroiense Morena. Isso porque, no dia 20 de agosto do ano passado, ele socorreu a mãe dela, Stefani Maniere Guimarães, de 27 anos, que estava em trabalho de parto dentro de um carro de aplicativo no meio do engarrafamento provocado pelo fechamento da Ponte Rio-Niterói durante o sequestro do ônibus da viação Galo Branco, que havia saído de São Gonçalo para o Rio de Janeiro. Avisado da iminência do nascimento da bebê pelo motorista do veículo, o agente do grupamento motorizado rapidamente acomodou a grávida na garupa de sua moto para driblar o trânsito e levou a mãe até o hospital, onde a menina nasceu uma hora depois de dar entrada na unidade, às 13h44, com 47cm, 2,890kg e plena saúde. Depois de deixar Stefani no hospital, Taranto retornou ao Barreto de moto para buscar o pai da criança, que continuava preso no trânsito, para que ele pudesse conhecer a filha.

Apesar de a comemoração ter sido em família por conta da pandemia, o guarda municipal foi convidado. "Ele é um anjo que vai ser lembrado em nossas vidas para sempre", afirma Stefani. "Estávamos vivendo um verdadeiro caos, presos no trânsito há três horas. Ele foi prestativo e cuidadoso comigo. Lembro muito daquele momento de desespero. Ele perguntou se eu estava bem para ir de moto, eu disse que sim, que preferia ir de moto do que ter minha filha no meio da rua e sem o auxílio adequado. Taranto, além de ter sido um profissional de primeira, foi muito humano e ainda esperou para ver se eu tinha sido atendida, antes de voltar para buscar meu marido. Isso não tem preço. Foi um carinho que nunca vou esquecer, e que será lembrado em todos os aniversários da Morena”, exclama, emocionada, a mãe de Morena. (Veja foto de um ano atrás, um dia após o nascimento da bebê, na galeria abaixo)

Taranto, que é casado e tem um filho de 12 anos, mora em Niterói e trabalha na Coordenadoria de Trânsito do município há cinco anos. Ele conta que, além da sensação de dever cumprido, ganhou a admiração ainda maior do filho que conta para os amigos, com orgulho, que o pai é um herói. “Lembro que tentei desobstruir o caminho, mas não era possível, estava tudo totalmente parado, e ela falava que as contrações estavam aumentando. Fui devagar, e o tempo todo me preocupando em perguntar se ela estava bem e se queria que eu parasse”, contou o guarda. “Temos treinamentos específicos para várias situações na Guarda Municipal de Niterói, e esse preparo nos ajuda muito na hora de tomar decisões importantes. E foi o que aconteceu. Olhando a Morena hoje, cheia de saúde e rodeada da família, sei que optei pela atitude certa. Fiquei muito emocionado ao rever a família e também por, num momento como esse, ser incluído entre as pessoas que participaram do aniversário de um aninho dela”.

Taranto levou de presente para a família uma caneca da corporação e uma toalhinha infantil com a inscrição ”ninguém cruza nossos caminhos por acaso e nós não entramos na vida de alguém sem nenhuma razão“.

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