Os exercícios passaram a fazer parte da rotina da aposentada niteroiense Janete de Almeida para lidar com os problemas de ansiedadeImagem Arquivo Pessaol
Por Luciana Guimarães
Publicado 27/04/2021 11:12
Niterói -  Quem vê Janete de Almeida sorrindo, nem imagina que a aposentada de 61 anos moradora de Itacoatiara enfrentou: "Eu passava maior parte do dia na cama, desanimada. Precisava viajar, praticar exercícios, mas não conseguia. Precisava viajar, praticar exercícios, mas não conseguia. Busquei tratamento e na hipnoterapia encontrei o caminho para a cura. Eu já viajei pro Sul pra ver meu filho, já estou dirigindo, já faço caminhada e agora entrei na academia. E também estou andando de bicicleta, que estava, lá, abandonada, já a dois anos. Faço tudo com segurança e prazer, o que outrora não tinha.", relata esfuziante.
Pode perguntar por aí, 11 de cada 10 brasileiros se dizem esgotados e levados até o limite graças aos efeitos físicos e psicológicos da pandemia. A adoção em grande escala do home office - escritório em casa- em função do isolamento social para conter o novo coronavírus, a falta da família, dos amigos - tem afetado a saúde mental e deixado um rastro de lassidão.
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Para a dermatologista Andréa Siqueira, moradora de São Domingos, os sintomas vieram em forma de muitas dores de cabeça e fraqueza muscular: "Eu não conseguia levantar da cama, minha cabeça parecia que iria explodir. Isso por quase 2 meses, até que busquei ajuda e fui diagnosticada e assim, pude me tratar."

Uma pesquisa do LinkedIn, que ouviu duas mil pessoas, indica que 62% estão mais ansiosos e estressados  do que antes. 
No ano de 2020, além do peso normal de um ano que entrou para a história da humanidade de maneira negativa, profissionais de saúde relatam que o número de casos relacionados à ansiedade e depressão quase que quadriplicaram. 2021 segue para o mesmo caminho.
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Entraram em cena então, síndromes perigosas. Uma das mais comuns é a Síndrome de Burnout que significa entrar em estado de estresse extremo e crônico, geralmente provocado por sobrecarga ou excesso de trabalho. O termo em inglês "burnout" significa queimar algo até o fim. Portanto, quem sofre com a condição perde suas energias físicas e emocionais.
Estas condições coexistem frequentemente na rotina profissional. Mas isso não significa que apenas um fator não possa desencadear sérias consequências. A intensidade das situações, acoplada à individualidade de cada pessoa, podem fazer com que a mente reaja às adversidades de maneira prejudicial.
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Embora os sintomas mais comuns sejam psicológicos, pessoas que estão sofrendo com síndrome de Burnout também podem sofrer frequentemente com dores de cabeça, palpitações, tonturas, problemas de sono, dores musculares e até resfriados, por exemplo.
Alta carga de trabalho, longas jornadas, ambiente de extrema cobrança e pressão, pouco repouso, são fatores que contribuem para o surgimento ou agravamento da síndrome. E não é difícil identificarmos esse cenário nos ambientes de trabalho que conhecemos. A implantação do home office só fez aumentar essa pressão uma vez que casa e trabalho agora se interligam e fica difícil a dissociação.
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Mais diagnósticos do 'Transtorno da ansiedade generalizada'- (TAG) - também surgiram. Este é um distúrbio caracterizado pela “preocupação excessiva ou expectativa apreensiva”, de acordo com a quarta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV). O principal sintoma do transtorno de ansiedade generalizada é a presença quase permanente de preocupação ou tensão, mesmo quando há poucos motivos ou quando não existe um motivo algum para isso. As preocupações parecem passar de um problema para outro, como questões familiares, amorosas, relacionadas ao trabalho, à saúde ou de várias outras origens.
Mais atual ainda é o receio de sair de casa depois de tantos meses em isolamento social está sendo chamado popularmente como 'Síndrome da Cabana', ou seja, a pessoa tem medo de sair de casa ou de fazer contato com outros indivíduos. Na literatura psíquica, os sinais e sintomas são muito parecidos com fobia social. Viver em sociedade nunca foi fácil, mesmo antes da pandemia. Estar nas ruas, fazer o caminho de casa para o trabalho ou para a escola, por exemplo, envolve uma série de situações que faz com que nossa mente esteja em situação de alerta constante, mas de forma quase automática.
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Para o neurocientista José Fernandes Vilas, a saúde mental das pessoas foi afetada em massa. O contexto de desafio generalizado e inesperado pegou a todos de surpresa para que, subitamente, se isolassem. Foi a deixa para que problemas emocionais viessem à tona. "É certo que saúde é um tema prioritário para todos. Em 2020 essa prioridade atingiu seu clímax em todo o planeta quando se instaurou em diferentes escalas o pânico social causado pelo medo do Covid-19, a doença que paralisou sociedades inteiras a partir da medida adotada de lockdown.O impacto social que o medo causa é o grande fator que debilita o sistema imunológico e o fragiliza. Quando esse quadro se associa ao uso de álcool ou substâncias químicas, além de contextos sociais de desemprego, perdas por óbito, ausência de contato humano, potencializa-se o risco de suicídio. Se você percebe sintomas assim, mesmo em alguém, comunique a um profissional da área da saúde. Deixe que alguém que entende desse contexto interfira apropriadamente para conduzir aquela pessoa a um fortalecimento eficiente.", afirma o profissional.

O fenômeno se espalhou por todos os lugares, classes sociais, idades. Pessoas agora isoladas tiveram que reaprender a conviver, trabalhar, estudar, viver de forma completamente atípica.
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Estas condições coexistem frequentemente na rotina profissional. Mas isso não significa que apenas um fator não possa desencadear sérias consequências. A intensidade das situações, acoplada à individualidade de cada pessoa, podem fazer com que a mente reaja às adversidades de maneira prejudicial.
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Embora os sintomas mais comuns sejam psicológicos, pessoas que estão sofrendo com síndrome de Burnout também podem sofrer frequentemente com dores de cabeça, palpitações, tonturas, problemas de sono, dores musculares e até resfriados, por exemplo.
Alta carga de trabalho, longas jornadas, ambiente de extrema cobrança e pressão, pouco repouso, são fatores que contribuem para o surgimento ou agravamento da síndrome. E não é difícil identificarmos esse cenário nos ambientes de trabalho que conhecemos. A implantação do home office só fez aumentar essa pressão uma vez que casa e trabalho agora se interligam e fica difícil a dissociação.
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Mais diagnósticos do 'Transtorno da ansiedade generalizada'- (TAG) - também surgiram. Este é um distúrbio caracterizado pela “preocupação excessiva ou expectativa apreensiva”, de acordo com a quarta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV). O principal sintoma do transtorno de ansiedade generalizada é a presença quase permanente de preocupação ou tensão, mesmo quando há poucos motivos ou quando não existe um motivo algum para isso. As preocupações parecem passar de um problema para outro, como questões familiares, amorosas, relacionadas ao trabalho, à saúde ou de várias outras origens.
Mais atual ainda é o receio de sair de casa depois de tantos meses em isolamento social está sendo chamado popularmente como 'Síndrome da Cabana', ou seja, a pessoa tem medo de sair de casa ou de fazer contato com outros indivíduos. Na literatura psíquica, os sinais e sintomas são muito parecidos com fobia social. Viver em sociedade nunca foi fácil, mesmo antes da pandemia. Estar nas ruas, fazer o caminho de casa para o trabalho ou para a escola, por exemplo, envolve uma série de situações que faz com que nossa mente esteja em situação de alerta constante, mas de forma quase automática.
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Para o neurocientista José Fernandes Vilas, a saúde mental das pessoas foi afetada em massa. O contexto de desafio generalizado e inesperado pegou a todos de surpresa para que, subitamente, se isolassem. Foi a deixa para que problemas emocionais viessem à tona. "É certo que saúde é um tema prioritário para todos. Em 2020 essa prioridade atingiu seu clímax em todo o planeta quando se instaurou em diferentes escalas o pânico social causado pelo medo do Covid-19, a doença que paralisou sociedades inteiras a partir da medida adotada de lockdown.O impacto social que o medo causa é o grande fator que debilita o sistema imunológico e o fragiliza. Quando esse quadro se associa ao uso de álcool ou substâncias químicas, além de contextos sociais de desemprego, perdas por óbito, ausência de contato humano, potencializa-se o risco de suicídio. Se você percebe sintomas assim, mesmo em alguém, comunique a um profissional da área da saúde. Deixe que alguém que entende desse contexto interfira apropriadamente para conduzir aquela pessoa a um fortalecimento eficiente.", afirma o profissional.

O fenômeno se espalhou por todos os lugares, classes sociais, idades. Pessoas agora isoladas tiveram que reaprender a conviver, trabalhar, estudar, viver de forma completamente atípica.
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Doença é gerada pelas condições de trabalho e, portanto, pode ser considerada como uma doença ocupacional, pois provoca a incapacidade profissional temporária ou definitiva