Publicado 18/01/2022 16:31 | Atualizado 18/01/2022 16:33
Com a chegada de um novo ano letivo simultaneamente com os impasses da vacinação infantil e um novo surto de Covid-19 e da gripe (H3N2), o ensino remoto está cada vez mais longe de ser descartado. Com isso, as videoaulas e atividades com vídeos se tornaram frequentes nas aulas online.
O ensino remoto se estabeleceu na rotina de alunos e professores pelo país. Com a mudança, crianças entre 6 e 9 anos começaram a apresentar prejuízos na alfabetização. É o que comprova uma pesquisa feita pela Fundação Lemann, Itaú Social e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Os motivos são diversos, mas entre eles se destaca a falta de concentração dos estudantes fora do ambiente escolar.
Esta realidade também foi bastante observada nos atendimentos psicológicos, segundo os relatos da neuropsicóloga Wanessa Berba, diretora da Clínica Espaço Crescer, em Niterói.
“A perda do interesse pelos estudos, principalmente pelos mais novos e o pouco aproveitamento de outros com mais idades foram questões trazidas pelos pais ao consultório. O modelo é algo que deve ser repensado, especialmente agora em que algumas escolas mesmo tendo voltado ao ensino presencial, ainda disponibilizam o ensino remoto. É preciso pensar em metodologias diferentes mesmo dentro deste cenário”, diz a especialista.
Mas será que essas ferramentas funcionam para a criança com deficiência? É o que questona Berba, que atua há mais de dez anos no atendimento a crianças com autismo.
“Como faz um aluno surdo para entender o que diz a professora no vídeo se não há tradução para a Língua Brasileira de Sinais (Libras)? E como pode uma criança cega realizar uma tarefa que exige assistir a um vídeo que não vem com audiodescrição? No caso de uma criança com autismo, dificilmente ela participará de videoconferências com a turma toda, já que não reage bem a ambientes barulhentos. Outras estão as crianças com transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH)”, questionou a psicóloga.
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