Publicado 25/02/2022 19:38 | Atualizado 25/02/2022 19:42
A quinta edição da Expedição Anamauê viveu uma experiência diferente na última semana na região Amazônica do Brasil. Quatro remadores, três de Niterói (RJ) e um de Belém (PA), surfaram a onda da pororoca por cerca de seis minutos na cidade de Arari (PA), porta de entrada do rio Mearin, onde foi realizado o feito com uma canoa OC4. Foi uma expedição muito bem planejada e finalizada com êxito, e até onde se sabe, o tempo mais longo registrado surfando a Pororoca com uma canoa polinésia.
"Trouxemos a canoa de Belém em dois dias de viagem de carro até Arari e foram mais dois dias de aprendizado e conseguimos por dois dias surfar. Foram seis minutos de onda que dropamos e completamos. Tivemos imprevistos em nossa jornada, mas finalizamos o objetivo sem nenhuma avaria ou quebra em nossa canoa, algo super importante. Essa onda da pororoca tem muito mais velocidade que a onda comum do mar , vem com muita pressão, corre demais, é uma leitura muito diferente e não adianta que basta pegar surfe no mar para surfar essa onda, foram precisos três dias para surfar bem. É muita potência", disse Douglas Moura, niteroiense líder da Expedição.
"Trouxemos a canoa de Belém em dois dias de viagem de carro até Arari e foram mais dois dias de aprendizado e conseguimos por dois dias surfar. Foram seis minutos de onda que dropamos e completamos. Tivemos imprevistos em nossa jornada, mas finalizamos o objetivo sem nenhuma avaria ou quebra em nossa canoa, algo super importante. Essa onda da pororoca tem muito mais velocidade que a onda comum do mar , vem com muita pressão, corre demais, é uma leitura muito diferente e não adianta que basta pegar surfe no mar para surfar essa onda, foram precisos três dias para surfar bem. É muita potência", disse Douglas Moura, niteroiense líder da Expedição.
Ele contou mais detalhes da viagem e falou sobre as dificuldades: "Tivemos um momento bem delicado pouco antes da onda vir, por questões de saúde, ficamos sem o apoio do nosso tripulante Helio e também do nosso guia no rio. Ficamos só nós três, eu o Alan e o Augusto . Ou pegaríamos a onda ou ficaríamos sozinhos na selva em um lugar que não conhecemos. Mas parece que o rio recompensou os três dias de luta, provamos que éramos guerreiros. Remamos pela vida no momento que a onda vinha vindo. A hora que entramos na onda e ela nos empurrou foi uma explosão de grito, uma realização e fomos embora. Depois mais a frente na bancada pegamos outra ainda e as crianças ainda vibraram no redor, parecia que estávamos no Maracanã lotado", descreveu Moura.
O remador também contou como foi o primeiro dia onde acabaram perdendo a onda. "Parecíamos muito afoitos pois pulamos vários rituais, inclusive o batismo da canoa. Quando chegamos parecíamos no meio do nada, ninguém do nosso lado, foi aquela ansiedade, cadê a onda, será que ela vem, de onde ela vem, daqui a pouco começamos a ouvir o barulho e foi muito rápido e parece que passou em um segundo. Tudo isso foi muito legal pois percebemos o quanto somos pequenos aqui. Tudo aqui é ultra dimensionado, a força dessa corrente é ultra dimensionado, o tamanho das árvores e nossa vibe foi ultra-dimensionada. No segundo dia voltamos ao que estamos acostumados , fizemos nossa roda, batizamos a canoa e as coisas deram certo", completou Moura.
O remador falou sobre a ansiedade muito grande no primeiro dia. "Escutamos bastante sobre a pororoca, mas só vivenciamos mesmo a partir do primeiro dia e curiosamente foi quando perdemos a onda, posicionamos justo no local onde com aquela lua a onda era pequena , estávamos na bancada do retão, quando a onda apareceu não identificamos e perdemos. Ficamos assimilando e a partir disso prestando atenção em como ela avança no rio conforme encontra uma reta, uma bancada, pega uma curva e cresce de virar uma onda de 30 centímetro para virar 1 metro de forma muito rápida. Então voltamos para o retão no segundo dia, nos posicionamos e pegamos uma onda média, saímos mais satisfeitos, pegamos a primeira onda, sentimos como ela se comporta com a canoa", relembrou o niteroiense.
O remador falou sobre a ansiedade muito grande no primeiro dia. "Escutamos bastante sobre a pororoca, mas só vivenciamos mesmo a partir do primeiro dia e curiosamente foi quando perdemos a onda, posicionamos justo no local onde com aquela lua a onda era pequena , estávamos na bancada do retão, quando a onda apareceu não identificamos e perdemos. Ficamos assimilando e a partir disso prestando atenção em como ela avança no rio conforme encontra uma reta, uma bancada, pega uma curva e cresce de virar uma onda de 30 centímetro para virar 1 metro de forma muito rápida. Então voltamos para o retão no segundo dia, nos posicionamos e pegamos uma onda média, saímos mais satisfeitos, pegamos a primeira onda, sentimos como ela se comporta com a canoa", relembrou o niteroiense.
Alan Bordalo, jornalista, que esteve na expedição Anamauê e foi o responsável por toda a logística da canoa de Belém até Arari disse que as primeiras ondas perdidas deram mais confiança para o terceiro dia que foi o Dia D.
"Sabendo como as três bancadas funcionavam e o que precisávamos fazer. Então foi muito louco pois pelo nosso plano conseguimos identificar qual a melhor pororoca para nossa canoa. Fomos na garra como o Douglas falou no momento que ela chegamos no paredão, chegamos na onda e optamos por não pegar no retão pois essa onda não estava legal e fomos para a bancada dos locais. O grande aprendizado foi não termos nos dado por vencido. Fomos entendendo o que precisávamos e nos adaptamos para tirar o que de melhor tinha . O surfe de prancha na pororoca é bem conhecido, agora podemos dizer que de certa forma estamos abrindo o leque para o surfe de canoa havaiana, já entendemos que podemos surfar com a canoa por lá", disse Bordalo.
"Queria agradecer ao apoio e a comunidade do Arari por nos prestar suporte e também ao Jean, diretor de turismo da cidade que nos prestou apoio durante nossa estada", finalizou Douglas.
A expedição contou com outros dois niteroienses, Augusto Donadel e Helio Valente.
A Expedição Anamauê a cada ano vive novos desafios. Já atravessou de canoa havaiana boa parte da costa brasileira do Sul da Bahia até Niterói (RJ) em 2021, foi de Mangaratiba (RJ) até Ubatuba (SP), percorreu o Rio de Janeiro (RJ) até Santos (SP) e agora em sua mais nova edição consegue desbravar mais um dos maiores desafios em solo brasileiro.
Sobre a Canoa Havaiana
Canoa Havaiana ou Polinésia, são nomes para determinar o esporte que surgiu na região polinésia e que originalmente é conhecido como Va´A, Wa´A ou Waka. A cultura da canoa existe há mais de 3 mil anos e elas foram inicialmente usadas pelos povos polinésios com a necessidade de colonizar novas terras na região polinésia, conjunto de ilhas do Pacífico que incluem Tahiti, Havaí.
Os povos polinésios usavam canoas como meio de transporte entre as ilhas e cada povoado construía suas canoas com características locais. No Havaí, que possui mar agitado, as canoas possuem curvatura de fundo envergada, e no Tahiti, as canoas possuem formato mais alongado e cockpit fechado.
No Brasil a cultura da prática do esporte da canoa havaiana ou polinésia só aumenta no decorrer dos anos para travessias, expedições e competições com destaques para clubes de canoas no litoral do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo. Somente em Niterói (RJ) são 33 clubes de canoa com cerca de dois mil remadores. No Espírito Santo são 21 clubes, cerca de 1.500 remadores.
Sobre a Pororoca
A Pororoca acontece na foz do rio Amazonas nos estados do Pará, Amapá e Maranhão. Ela ocorre ao entrar em contato com a maré do Oceano Atlântico, ocasionando ondas de 3 até 6 metros de altura em extensão pelo rio de aproximadamente 20km. A pororoca provoca um som bastante alto e característico , o que explica a origem da palavra em turi "poro´roja poro´rog", o que significa "estrondar". As ondas acontecem uma vez ao dia nos meses de janeiro a maio, no período de lua cheia ou lua nova.
"Queria agradecer ao apoio e a comunidade do Arari por nos prestar suporte e também ao Jean, diretor de turismo da cidade que nos prestou apoio durante nossa estada", finalizou Douglas.
A expedição contou com outros dois niteroienses, Augusto Donadel e Helio Valente.
A Expedição Anamauê a cada ano vive novos desafios. Já atravessou de canoa havaiana boa parte da costa brasileira do Sul da Bahia até Niterói (RJ) em 2021, foi de Mangaratiba (RJ) até Ubatuba (SP), percorreu o Rio de Janeiro (RJ) até Santos (SP) e agora em sua mais nova edição consegue desbravar mais um dos maiores desafios em solo brasileiro.
Sobre a Canoa Havaiana
Canoa Havaiana ou Polinésia, são nomes para determinar o esporte que surgiu na região polinésia e que originalmente é conhecido como Va´A, Wa´A ou Waka. A cultura da canoa existe há mais de 3 mil anos e elas foram inicialmente usadas pelos povos polinésios com a necessidade de colonizar novas terras na região polinésia, conjunto de ilhas do Pacífico que incluem Tahiti, Havaí.
Os povos polinésios usavam canoas como meio de transporte entre as ilhas e cada povoado construía suas canoas com características locais. No Havaí, que possui mar agitado, as canoas possuem curvatura de fundo envergada, e no Tahiti, as canoas possuem formato mais alongado e cockpit fechado.
No Brasil a cultura da prática do esporte da canoa havaiana ou polinésia só aumenta no decorrer dos anos para travessias, expedições e competições com destaques para clubes de canoas no litoral do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo. Somente em Niterói (RJ) são 33 clubes de canoa com cerca de dois mil remadores. No Espírito Santo são 21 clubes, cerca de 1.500 remadores.
Sobre a Pororoca
A Pororoca acontece na foz do rio Amazonas nos estados do Pará, Amapá e Maranhão. Ela ocorre ao entrar em contato com a maré do Oceano Atlântico, ocasionando ondas de 3 até 6 metros de altura em extensão pelo rio de aproximadamente 20km. A pororoca provoca um som bastante alto e característico , o que explica a origem da palavra em turi "poro´roja poro´rog", o que significa "estrondar". As ondas acontecem uma vez ao dia nos meses de janeiro a maio, no período de lua cheia ou lua nova.
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