Na semana passada depois de uma assembleia, que decidiu a paralisação, a Ingá pagou os salários.Divulgação
Publicado 14/09/2022 10:06
Rodoviários do grupo Brasília realizam assembleia nesta quarta-feira (14/9) para avaliar a crise financeira da empresa, diante de uma iminente onda de demissões e violações das relações trabalhistas, como atrasos de pagamentos e suspensão de benefícios, entre eles a cesta básica, assim como o não depósito do FGTS e do INSS dos funcionários. A reunião será na sede do Sindicado dos Rodoviários de Niterói a Arraial do Cabo (Sintronac), no Centro de Niterói. A entidade alerta que a categoria pode optar por uma paralisação dos serviços.
As demissões foram anunciadas pelo sindicato patronal (Setrerj) segunda-feira (12/9), como consequência da retirada de circulação de três linhas de ônibus do grupo, que teve 16 coletivos apreendidos por decisão judicial no fim de semana. Todas as linhas atingidas servem ao município de Niterói. São elas: 28 (Centro-Largo do Cravinho/Circular), da Auto Ônibus Brasília; e 66C (São Lourenço-Centro) e 66I (São Lourenço-Centro/Icaraí), da Expresso Barreto, todas do mesmo grupo de empresas.
“Sabemos que a Brasília e outras empresas não estão depositando o FGTS e pagando o INSS dos funcionários. Isso tem que ser acertado agora. Atrasos nos pagamentos e nos benefícios também são intoleráveis e levarão a uma greve da categoria”, afirma o presidente do Sintronac, Rubens dos Santos Oliveira.
O transporte público de Niterói aguarda, com urgência, a Prefeitura apresentar o estudo de reequilíbrio econômico do setor, anunciado pela própria municipalidade em julho deste ano, que poderá salvar as empresas de ônibus da cidade de um colapso total, com o estabelecimento de uma tarifa técnica, parcialmente subsidiada pelo governo.
“O poder público tem que entender que, na atual situação, a população será prejudicada, além dos trabalhadores. Esse modelo atual faliu. Precisamos urgentemente de um novo sistema e não há problema algum nos governos subsidiarem o transporte público, como já acontece em São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e outras cidades. Aliás, em 2015, foi promulgada a Emenda Constitucional 90/15, que incluiu o transporte como um direito social, ao lado da educação e da saúde. Ou seja, o transporte é um direito constitucional do cidadão”, conclui o presidente do Sintronac.
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