A Capoeira Estilo Livre vai fazer sua roda no pátio do MAC, nesse sábado (14/1), às 15h.Foto: Layana Losse - Livre Produções
Publicado 12/01/2023 09:23
O pátio do Museu de Artes Contemporânea (MAC), em Boa Viagem, na Zona Sul de Niterói, vai ser palco, nesse sábado (14/01), às 15h, para luta pela difusão da técnica e da cultura. Segundo os organizadores, uma roda de estilo livre vai focar na construção de um conceito que afirma que a capoeira é para todas as pessoas, sem distinção de cor, credo, gênero, idade e orientação sexual.

"Já não é de hoje que diversos estudiosos se debruçam a tentar definir de onde vem a capoeira. Alguns dizem que a capoeira surgiu a partir das danças africanas. Outros a tratam como luta na essência. No Brasil, a capoeira se mescla às chamadas danças populares afrobrasileiras e suas contribuições para nossa cultura são enormes", afirma o Instituto Mestríssimo Zezeu Capoeira no texto, responsável pela apresentação.
Segundo a entidade, é aceitável de forma ampla a ideia de que as danças eram realizadas dentre os escravizados com um caráter duplo, tanto para protestar como também para o divertimento em momentos festivos de alegria.
"Desse caldeirão de protestos e festividades é que surge o maculelê, a puxada de rede, a dança guerreira, a dança do fogo, o samba de roda ou a umbigada, o frevo ou passo, dentre outras danças. Atualmente, a capoeira é considerada como uma das mais expressivas e conhecidas manifestações da cultura brasileira, alçada a patrimônio imaterial nacional", explica o mestríssimo Zezeu.

De acordo com o Instituto Mestríssimo Zezeu Capoeira, a Capoeira Estilo Livre é um conceito. "Fui um dos pioneiros na inserção da capoeira em escolas formais, especialmente com o público infantil e juvenil. Nessa fase, vemos a criança, o adolescente e o jovem descobrindo as diferenças e buscando cada um sua autoafirmação. Foi quando percebi que era necessário valorizar outros aspectos da capoeira em detrimento da técnica absoluta da luta", ressaltou Zezeu.
Ele disse que o respeito é algo a se aprender de forma mútua e, na capoeira, por exemplo, o capoeirista tem que aprender a forma e o jeito de gingar de cada um, que é único. "Por este motivo brinco com a ideia de que, para além da defesa e manutenção da capoeira angola e regional, temos que lutar também por uma capoeira livre, que busca o respeito às diferenças.", diz o mestríssimo.


A ideia da capoeira estilo livre está presente também nos trabalhos do Ponto de Cultura Grito de Liberdade, oficinas de capoeira e cultura popular que Mestríssimo Zezeu desenvolve no Pró-Criança em São Domingos e na Comunidade da Vila Ipiranga junto a crianças e adolescentes.



"Trabalhamos com todas as idades, gêneros, raças, público LGBTQIA+, público idoso, adultos, jovens, quem chegar é bem vindo, bem vinda e bem vinde. Mas, com certeza, é com crianças e adolescentes que nosso trabalho se apresenta mais consolidado. Este trabalho com o Ponto de Cultura Grito de Liberdade só é possível graças ao patrocínio da Prefeitura de Niterói e da Secretaria Municipal das Culturas", afirmou Zezeu.
Ele realçou que as apresentações do Capoeira Estilo Livre realizadas no fim deste ano são ações patrocinadas pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro e da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, através do Edital Retomada Cultural RJ2. "Ficamos muito grato ao Poder Público", relatou o mestríssimo.
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