As mulheres que protagonizam a luta pelos direitos femininos foram homenageadas.Divulgação Ascom PMN - Foto: Luciana Carneiro
Publicado 28/03/2023 08:49
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A Coordenadoria de Políticas e Direitos das Mulheres (Codim), por meia de sua coordenadora Fernanda Sixel, foi homenageada nesta segunda-feira (27), em sessão solene, na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Juntamente com outras nove mulheres que protagonizam a luta pelos direitos femininos, ela recebeu o Diploma Mulher Cidadã Leolinda Daltro. A cerimônia foi promovida pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e realizada no plenário do histórico Palácio Tiradentes, no Centro do Rio de Janeiro.
A premiação leva o nome de Leolinda Figueiredo Daltro, nascida na Bahia, em 14 de julho de 1859. Uma das pioneiras na luta pelos direitos das mulheres no Brasil, Leolinda foi professora, indigenista e lutou pela autonomia das mulheres. Em 1917, liderou uma passeata exigindo a extensão do direito ao voto às mulheres.
Para a coordenadora da Codim, a homenagem tem um valor histórico e sentimental.
“Estou muito emocionada em receber o Diploma Mulher Cidadã Leolinda Daltro, o mesmo diploma que minha mãe recebeu há 20 anos, quando foi criado. Recebo essa homenagem com a certeza de que mais do que a minha trajetória, ele também é o reconhecimento do trabalho realizado na Codim pelo conjunto de servidoras e servidores, das voluntárias e parceiros. Cada conquista em prol dos direitos femininos, cada atendimento às mulheres, cada roda de conversa, cada capacitação, cada processo administrativo, cada equipamento limpo para receber as usuárias, cada material criado, cada abraço e palavra de motivação e todo o compromisso da Codim estão neste diploma! Seguiremos construindo uma Niterói mais equânime e que garanta que toda mulher tenha sua cidadania respeitada”, afirmou Fernanda.
A presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Alerj, deputada estadual Renata Souza (Psol), destacou a importância da premiação.
“O Diploma Leolinda Daltro, que está em sua 20ª edição, faz justiça àquelas mulheres que se comprometem com a vida de outras mulheres. Graças a mulheres como Leolinda que hoje ocupamos espaços de poder. Sem dúvida nenhuma o sufrágio universal veio a reboque da luta histórica das mulheres pela representatividade. Reconhecer o trabalho dessas mulheres hoje homenageadas é uma honra e uma responsabilidade, além de também representar o nosso compromisso com a defesa intransigente dos nossos direitos”, ressaltou Renata Souza.
A cerimônia contou com a apresentação cultural da cantora Marina Iris e do Movimento das Mulheres Sambistas do Rio de Janeiro, além do grupo Forró Mulher. O Diploma Mulher Cidadã Leolinda Daltro foi criado no Alerj, em 2003, e desde então já condecorou diversas mulheres, após criterioso processo de seleção e votação.
Além das dez homenageadas com o diploma, também foram agraciadas com o Prêmio Dandara, destinado a personalidades que contribuem para a valorização da mulher negra, as atrizes Léa Garcia, Jéssica Ellen e Dandara Mariana.
Conheça as dez mulheres homenageadas com o Diploma Mulher Cidadã Leolinda Daltro:
- Fernanda Sixel: Pedagoga formada pela Universidade Federal Fluminense (UFF), professora e servidora pública há 30 anos das redes municipal de Niterói e estadual de educação. Atuou nas escolas lecionando e junto ao Conselho Municipal de Educação, na coordenação das Conferências de Educação e do Plano Municipal de Educação. Trabalhou no NUEC – Núcleo de Educação e Cidadania da UFF – com projetos de extensão. Desde a adolescência participa ativamente da vida política de Niterói, por meio dos movimentos sociais de juventude, estudantil, da organização partidária e com projetos sociais de alfabetização de jovens e adultos. Idealizou e fundou o Movimento Social Niterói Mais Humana, desenvolvendo diversas ações e projetos em parceria com o terceiro setor da cidade. Atualmente, preside a AMT – Ação da Mulher Trabalhista de Niterói, é coordenadora da Codim, Coordenadoria de Políticas e Direitos das Mulheres da Prefeitura de Niterói. À frente da coordenadoria, implementou o projeto Auxílio Social para Mulheres em Situação de Violência e o projeto Empreender Mulher, além da ampliação dos equipamentos como o novo Nuam – Núcleo de Atendimento à Mulher – e da Sala Lilás 24 horas, da criação da CEIM – Comissão de Ética e Integridade da Mulher, que apura as denúncias de assédio no âmbito da Prefeitura, dentro outras iniciativas importantes no enfrentamento à violência e na necessária mudança da cultura machista.
- Mara Ribeiro: Professora da rede estadual de ensino do município do Rio de Janeiro, foi vítima de racismo estrutural quando era diretora de escola. É fundadora do Instituto de Mulheres Negras e conselheira municipal dos Direitos da Mulher em Belford Roxo.
- Maria Lúcia: Reconhecida pelo trabalho com as pessoas portadoras de HIV, atua na área de prevenção e acompanhamento desses pacientes por meio da coordenação das dioceses e arquidioceses do estado do Rio. Atualmente, ocupa uma cadeira no Conselho Estadual de Saúde, pela Pastoral da Aids.
- Nilcemar Nogueira: Doutora em Psicologia Social, atua na capacitação de mulheres, adultos e jovens. Atua na preservação da memória do samba, além de coordenar o núcleo de história oral do Museu do Samba.
- Shirley Fátima: Presidente da Associação dos Amigos e Portadores de Psoríase do Estado do Rio de Janeiro. Foi diagnosticada com a doença, que é autoimune, aos 47 anos e desde então milita na causa.
- Celecina Rodrigues: Coordenadora do Instituto EcovidaRJ, realiza ações junto a vários quilombos dialogando com pautas de autogestão, de autonomia por meio da criação de redes de produção de comercialização de Economia Solidária e de inclusão produtiva.
- Cládice Diniz: Realiza trabalho voluntário no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura, é membro dos Conselhos Consultivo da Ong Engenheiros Sem Fronteiras e da Confederação Nacional dos Trabalhadores Universitários, além de ser vice-coordenadora da Associação Nacional de Engenharia pela Democracia.
- Gabriela Von Beauvais: Delegada de polícia, está na instituição há mais de 20 anos. Atualmente é diretora do Departamento Geral de Polícia de Atendimento à Mulher (DGPAM), coordenando as 14 Delegacias de Mulheres do Estado do Rio de Janeiro e o Centro de Estudos e Pesquisas de Violência de Gênero no âmbito da Secretaria de Polícia Civil.
- Luciana Targino: Defensora das políticas públicas para as mulheres. É promotora Legal Popular, formada pela UFRJ e Defensora Popular, formada pela Defensoria Pública. É conselheira municipal e estadual de Defesa dos Direitos da Mulher.
- Claudenise da Silva: Presidente nacional do Movimento Democrático Afrodescendente pela Igualdade e Equidade racial, além de ser uma das fundadoras e coordenadora do Fórum Municipal de Mulheres Negras de Maricá.
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