Publicado 19/05/2023 08:26 | Atualizado 19/05/2023 08:29
A Câmara de Vereadores de Niterói, no Centro, vai realizar uma vernissage de lançamento do livro “Cobaias da Radiação - a história não contada da marcha nuclear brasileira e de quem ela deixou para trás”, da jornalista niteroiense Tania Malheiros, na quarta-feira (31/5), das 17h às 20h. O livro está prefaciado pelos jornalistas Cristina Serra e André Trigueiro. “Uma honra que vou levar comigo pra toda a vida”, comentou a autora.
Para Tania Malheiros, o lançamento em Niterói tem importância indescritível. “Devo muito à Niterói, pois a minha formação começou nos bancos escolares niteroienses. Cursei o Primário no Grupo Escolar Dr. Luciano Pestre, no Caramujo; em seguida, aprovada em seleção pública, estudei no Colégio Aurelino Leal e Instituto de Educação Ismael Coutinho, ambos no Ingá. Também participei do Clube de Poesias, no Aurelino Leal, fundado pela professora, escritora e poeta, Neusa Peçanha, que contribuíram imensamente com a minha formação”, comentou Tania.
Para Tania Malheiros, o lançamento em Niterói tem importância indescritível. “Devo muito à Niterói, pois a minha formação começou nos bancos escolares niteroienses. Cursei o Primário no Grupo Escolar Dr. Luciano Pestre, no Caramujo; em seguida, aprovada em seleção pública, estudei no Colégio Aurelino Leal e Instituto de Educação Ismael Coutinho, ambos no Ingá. Também participei do Clube de Poesias, no Aurelino Leal, fundado pela professora, escritora e poeta, Neusa Peçanha, que contribuíram imensamente com a minha formação”, comentou Tania.
COBAIAS DA RADIAÇÃO - O livro releva com fotos e documentos inéditos a história da primeira instalação industrial nuclear brasileira, a Orquima, no Brooklin, São Paulo, nas décadas de 40 e 50, sucedida pela Usina de Santo Amaro (USAM) da Nuclemon e Indústrias Nucleares do Brasil (INB), que deixou um rastro de mortos, desaparecidos e doentes. São eles as cobaias da radiação.
Tania conta como a indústria da morte foi criada, como se estabeleceu e fechou, após denúncia que fez em 1990, publicada nos Jornais O Estado de S. Paulo e Jornal da Tarde, que resultou em processo movido pela fiscal do Trabalho, Fernanda Giannasi e o Sindicato dos Químicos de São Paulo.
Depoimentos emocionantes de algumas das vítimas e familiares dos operários mortos dão a dimensão do sofrimento e de quanto eles foram enganados pelos empregadores, durante décadas. Foram quatro anos de pesquisas e entrevistas, até a finalização da obra. “O livro se propõe a jogar luz sobre um dos maiores crimes de exploração de mão-de-obra operária ocorrido no Brasil. Espero que possa contribuir para que se faça Justiça”, comentou a autora.
André Trigueiro
“Uma história que permaneceria desconhecida, fossilizada na linha do tempo, não fosse o interesse da autora em procurar pessoalmente as cobaias da radiação para ouvir os seus relatos, testemunhar suas dores e as terríveis sequelas e mutilações que sofreram. Tania compartilha documentos originais, mapas e fotos que explicitam o absurdo. Os fatos apurados pela jornalista denunciam a irresponsabilidade de sucessivas administrações que negligenciaram a necessária remediação dos danos causados à saúde humana e ao meio ambiente. É inacreditável que esse passivo socioambiental permaneça impune. É inacreditável que qualquer projeto, sob qualquer pretexto, enseje tamanha desumanidade”, escreveu André Trigueiro em seu prefácio.
Cristina Serra
“Era uma história obscura, de tenebrosas transações, e que poucos ganharam muito dinheiro enquanto centenas de operários adoeceram e/ou morreram. Pessoas de suas famílias também foram contaminadas, já que as roupas dos trabalhadores eram lavadas em casa. Ainda hoje, os trabalhadores lutam na Justiça para ter direito a um plano de saúde que lhes garanta uma assistência minimamente decente. (...) a Orquima deixou um enorme passivo ambiental em estoques de material radioativo sujeitos à ação do tempo e do descaso. O relato sobre a indústria da morte é um capítulo vergonhoso e revoltante da história da energia nuclear no Brasil. Tania Malheiros reconstitui com obstinação e rigor, um crime de lesa-humanidade. E crimes de lesa-humanidade não prescrevem. Seu livro é um pungente libelo por Justiça”, escreveu a jornalista Cristina Serra em seu prefácio.
Tania Malheiros
Trabalhou nos jornais O Fluminense, O Globo, Folha de S. Paulo, Agência Estado (AE), O Estado de S. Paulo, entre outros. Pelo Jornal do Brasil ganhou o Prêmio Esso (categoria Reportagem Científica, Tecnológica e Ecológica, em 1997). Autora de três livros, o mais recente, “Bomba atômica! Pra quê? Brasil e Energia Nuclear” (2018/Lacre). Parte de sua obra foi lançada pelo Instituto de Análises Estratégicas (ISA), na Alemanha. Desde 2018, faz jornalismo independente em seu blog.
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