Publicado 19/07/2023 14:52
Niterói – Dia 25 de julho é a data em que celebramos o Dia Internacional de Luta e Resistência da Mulher Negra. No Brasil, a data também é celebrada pelo Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Tereza de Benguela foi uma líder quilombola que resistiu à escravidão durante duas décadas no século 18, lutando pela comunidade negra e indígena que vivia sob sua liderança.
Para reafirmar a necessidade de enfrentar o racismo e o sexismo vivido até hoje por mulheres que sofrem com a discriminação racial, social e de gênero, a Prefeitura de Niterói, através da Coordenadoria de Políticas e Direitos das Mulheres (Codim) abre na próxima terça-feira (25), a exposição “Presença D’Elas: a Mulher Preta no Cotidiano”, a partir das 10h, com entrada gratuita. Será na Biblioteca Parque de Niterói, na Praça da República, no Centro.
A mostra homenageia mulheres niteroienses de diferentes gerações. Desde 2018, o município instituiu, por meio da lei 3380, o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha no calendário oficial da cidade. Durante o evento, haverá um bate papo com Vilma Piedade, autora do livro “Conceito Dororidade” e Tainara Ferreira, consultora de Relações Étnico-Raciais.
“Fizemos questão que toda a produção dessa exposição fosse realizada por mulheres negras. É importante dar visibilidade ao tema, por isso, a escolha de ser ao ar livre, em uma das principais avenidas de Niterói. A exposição, construída em diálogo com o Fórum de Mulheres Negras, também tem o papel de dialogar com as pessoas que transitam pelo local, e, principalmente, ser inspiração para as meninas negras, para que elas enxerguem a sua beleza e potência”, afirma Fernanda Sixel, coordenadora da Codim.
Vinte e três mulheres foram fotografadas para a exposição. Em comum, histórias de luta e superação. Como a de Luiza Briola, de 46 anos e mãe solo de duas meninas. Luiza trabalha como mediadora cívica e resumiu a participação na exposição em uma palavra: “Resistência! Somos a parcela mais vulnerabilizada, as maiores vítimas de feminicídio, com a menor renda, trabalho precário, entre outras situações degradantes. Para mim, foi um bálsamo participar da exposição”, frisou Luiza.
É assim que também se sente gari Cleide Vitório, de 47 anos. “Fico muito honrada em participar dessa exposição. Sabemos que nem sempre é fácil, passamos por vários momentos de preconceito. Fazer parte desse projeto é dar voz a quem não tem voz. É dar espaço a quem não tem espaço”, destacou Cleide.
As fotos ficarão expostas na galeria ao ar livre expostas, na Avenida Amaral Peixoto, em painéis nas colunas da marquise do quarteirão que começa na esquina da Rua Visconde de Sepetiba, em frente ao prédio número 507, no centro da cidade, onde estava a exposição de personagens da escola de samba Unidos do Viradouro. As imagens foram feitas pela fotógrafa Lilo Oliveira. “É uma felicidade imensa fazer parte desse projeto. Estamos fotografando mulheres reais, maravilhosas e com muitas histórias para contar. Nós passamos por vários apagamentos ao longo da História e está mais do que na hora de mudar isso. Somos potências e fazemos com excelência”, concluiu Lilo.
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