Painéis arrancados: ato de vandalismo temperado com racismo e intolerânciaDivulgação/Ascom
Publicado 27/07/2023 19:09
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Niterói - Recém-inaugurada pela Codim, na Avenida Amaral Peixoto, a exposição “Presença D´Elas: a Potência da Mulher Preta” teve seus painéis rasgados e arrancados de onde estavam á mostra -- a principal via do Centro de Niterói. Um ato de intolerância inaceitável e carregado de ódio e preconceito ao empoderamento das mulheres negras, que aconteceu na madrugada desta quinta-feira (27).
A exposição, uma homenagem ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, comemorado na última terça-feira (25), contava com fotos de 23 mulheres negras, captadas pelo olhar da fotógrafa Lilo Oliveira. Em poses empoderadas, essas mulheres foram retratadas com acessórios dourados, em um resgate à beleza e imponência do legado afro na cultura brasileira.

O crime foi registrado na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância. A Coordenadoria de Políticas e Direitos das Mulheres pretende repor as fotos arrancadas na manhã do próximo sábado. As câmeras da Prefeitura de Niterói, instaladas no local, são direcionadas para a rua e não flagraram a ação. A Prefeitura está verificando junto aos estabelecimentos comerciais da região se há imagens que tenham registrado o vandalismo.

“A intolerância e o racismo não permitem que celebremos a presença e a beleza da mulher preta. É justamente o que queremos combater com essa exposição. Vão vandalizar? Vamos recolocar novamente as fotos! A exposição ‘Presença D´Elas: a Potência da Mulher Preta’ já está cumprindo o papel de resistência e de revelar o quanto ainda precisamos avançar. Ela vai permanecer na rua para que cada menina negra se reconheça nessas fotos e reconheça a potência que habita dentro dela”, destaca Fernanda Sixel, a coordenadora da Coordenadoria de Políticas e Direitos das Mulheres, da Prefeitura de Niterói, responsável pela exposição.

"Nós vamos acompanhar essa investigação, não vão nos calar. Já fornecemos imagens e fotos da exposição, identificamos os números dos prédios com câmeras na região para que a polícia possa oficiar esses comércios para entregarem essas imagens. Vamos apoiar a polícia nesta investigação porque racismo, em Niterói, não se cria", afirmou a secretária municipal de Direitos Humanos de Niterói, Nadine Borges.
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